O Conselho de Segurança da república separatista pró-russa da Transnístria, entre a Moldávia e a Ucrânia, disse que se registou esta terça-feira um “terceiro atentado” no território separatista, em menos de 24 horas.
O ataque, segundo o Conselho de Segurança, visou uma unidade militar em Parcani, perto de Tiraspol, a capital da região separatista.
“Houve três ataques terroristas em Pridnestrovie (Transnístria). Dispararam lança granadas contra o edifício do Ministério da Segurança do Estado, houve duas explosões no centro de radiotelevisão em Maiak e também atacaram uma unidade militar em Parcani”, disse o serviço de imprensa do Presidente da região separatista, Vadim Krasnoelski, através da rede social Telegram.
As autoridades locais não forneceram mais detalhes sobre o ataque contra a unidade militar em Parcani, não confirmado até ao momento por fontes independentes.
O líder do enclave separatista realizou hoje uma reunião do Conselho de Segurança em que decidiu “reforçar as medidas de segurança”.
A Transnístria implementou o “alerta vermelho de ameaça terrorista” que vai ficar em vigor durante, pelo menos, 15 dias.
O Ministério de Segurança do Estado, o Ministério do Interior, a Comissão de Investigação e Procuradoria da região separatista estão a “investigar ‘atos’ terroristas”, acrescentaram os serviços de imprensa.
“Os autores vão ser processados por terrorismo, tentativa de homicídio e posse ilegal de armas”, acrescenta o organismo.
Desconhecem-se os autores dos alegados atentados que não foram reivindicados até ao momento.
“As ‘forças de manutenção de paz’ controlam a situação na zona de segurança”, asseguraram as autoridades, referindo-se às tropas russas estacionadas na região desde 1992.
O território da Transnístria é habitado por meio milhão de habitantes, na maioria eslavos, rompeu a ligação à Moldova após um conflito armado (1992-1993).
As forças russas apoiaram os separatistas da Transnístria no conflito e mantêm dois mil efetivos na zona para “garantir a paz”.
O governo ‘de facto’ da república separatista decidiu hoje cancelar os festejos com fogo-de-artifício do “Dia da Vitória”, a 09 de maio, que assinala a capitulação da Alemanha nazi em 1945.
O Conselho da Europa considera a situação da Transnístria um “conflito congelado”, termo militar que descreve a situação em que após uma crise ou guerra, o conflito encontra-se latente.
O conceito “conflito congelado” é geralmente aplicado a regiões ex-soviéticas.
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