A Ucrânia acusa a Rússia de não estar a cumprir o compromisso de abrandar a ofensiva na região de Kiev e Chernihiv. O exército ucraniano diz que esta pode ser uma mera manobra para rotação de tropas. Apesar das garantias deixadas por Moscovo nas negociações desta terça-feira na Turquia, os bombardeamentos continuam.
Sirenes e explosões continuam a ouvir-se em Chernihiv e Kiev. Ainda assim, as tropas ucranianas nos arredores da capital confirmam que o inimigo não está tão presente como antes.
“A suposta redução da atividade na região de Chernihiv traduziu-se em ataques inimigos, incluindo ataques aéreos em Nizhyn e em bombardeamentos em Chernihiv, que se prolongaram noite fora. Infraestruturas civis, bibliotecas, centros comerciais e muitas casas ficaram destruídas”, revela um militar ucraniano.
Nas negociações de paz realizadas esta terça-feira na Turquia, a Rússia prometeu reduzir a atividade militar nestas regiões.
Os Estados Unidos e NATO confirmam a retirada de algumas unidades militares russas desta região, mas o exercito ucraniano suspeita que este compromisso possa tratar-se apenas de uma manobra de distração para que as tropas russas se possam reagrupar e aumentar a pressão em outros pontos do país, como a Sul ou no Donbass.
O relatório dos serviços britânicos também refere um recuo das forças para a Rússia e Bielorrússia para reabastecimento e admite que Moscovo possa vir a compensar a menor capacidade de manobra terrestre com ataques intensos de artilharia e com mísseis.
A Ucrânia mantém-se, por isso, cética. “É claro que não vemos fundamentos para confiar nas palavras proferidas pelas representantes [da Rússia], que continuam a lutar para nos destruir. Os ucranianos não são ingénuos“, afirma o Zelensky.
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