A Frota Russa do Mar Negro vai executar hoje exercícios navais com mais de 30 navios para defender a costa e bases navais na península ucraniana da Crimeia, anexada por Moscovo em 2014, anunciou o ministério da Defesa russo.
As manobras do Mar Negro estão a ter lugar no âmbito dos maiores exercícios navais desde o desaparecimento da União Soviética.
“Navios e tropas de defesa costeira da Frota do Mar Negro partiram de Sevastopol (Crimeia) e Novorrosiysk para treino de combate durante a fase inicial dos exercícios sob o comando do comandante, almirante Igor Osipov”, disse o corpo militar russo.
Durante as manobras, que coincidem com os exercícios militares russo-bielorrussos “Allied Determination-2022”, as forças russas irão praticar a defesa da costa da península da Crimeia, bases navais, instalações económicas, rotas marítimas e áreas de atividade económica marítima contra possíveis ameaças militares de um hipotético inimigo.
Mais de 30 navios de combate de várias classes da frota do Mar Negro e outras frotas estão a participar nos exercícios, bem como grupos de ataque naval e destacamentos de navios anfíbios de assalto.
Os navios de guerra incluem fragatas, navios de guarda, corvetas e barcos de mísseis, navios de assalto anfíbios, pequenos navios de guerra antissubmarinos e barcos contraminas.
Globalmente, os exercícios da Marinha russa na área reunirão navios de combate e apoio, mais de 60 aviões, 1.000 peças de equipamento militar e cerca de 10.000 soldados.
As manobras no Mar Negro coincidem não só com exercícios militares russo-bielorrussos em território bielorrusso, mas também com o destacamento de mais de 100.000 militares russos perto das fronteiras da Ucrânia, que foi denunciado por Kiev e pelo Ocidente como preparação para uma invasão.
A Ucrânia solicitou assistência internacional e ações conjuntas contra o bloqueio das rotas do Mar Negro por navios russos devido a exercícios da frota russa do Mar Negro, disse na sexta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmitro Kuleba.
A Rússia tinha inicialmente também bloqueado a navegação no Mar de Azov, que partilha com a Ucrânia, mas agora levantou as restrições.
O porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, assegurou que “todas as manobras e movimentos dos navios russos nas águas do Mar Negro são efetuados em estrita conformidade com a lei marítima”.
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