Guerra Rússia-Ucrânia

Ucrânia lembra o dia mais sangrento da Revolução de Maidan

A revolução que começou em 2013 precedeu todo o conflito e aumento de tensão a que assistimos atualmente.

Ucrânia lembra o dia mais sangrento da Revolução de Maidan

Em Kiev comemorou-se, este domingo, o 8.º aniversário de um dos dias mais sangrentos da Revolução de Maidan – revolução que começou em 2013 e que precedeu todo os conflito a que estamos a assistir no leste do país. O relato dos enviados especiais da SIC à Ucrânia, Iryna Shev e Rui do Ó.

A Ucrânia acordou, acordou a arder.
Estava descalça e sem roupa.
Lavou a cara com lágrimas.
De novo, o coração do nosso povo, começou a doer.
Chegou uma nuvem negra do Nordeste.

Maria escreveu este poema um ano depois da Revolução. Visitava Maidan quase todos os dias, depois do trabalho, com comida, água ou até roupa para os manifestantes.

As recordações são dos dias mais negros da Revolução que começou em novembro de 2013, contra um acordo que Viktor Yanukovitch, o Presidente ucraniano da altura, tinha assinado com Moscovo. A vontade do povo, era que o país se virasse para o Ocidente.

Dois meses depois do início dos protestes, começaram a chegar as notícias dos primeiros mortos. Fevereiro, foi o pior mês: no dia 20 de fevereiro morreram 48 pessoas.

Alguns dias depois, o presidente fugia do país. Mais tarde, a Crimeia era anexada pela Rússia e os separatistas tomavam Lugansk e Donetsk. Começava um conflito armado que já tirou a vida a mais de 14 mil pessoas.