Uma guerra na Ucrânia está iminente, reitera Washington, pedindo aos seus cidadãos que deixem o país. Vários países da União Europeia, entre outros a Alemanha, Espanha, Bélgica, Estónia e Lituânia, também emitiram instruções para deixar a Ucrânia.
A embaixada dos Estados Unidos em Kiev ordenou hoje a retirada do seu pessoal não essencial, depois de Washington ter alertado para a iminência de uma ofensiva russa contra a Ucrânia.
Na atualização de hoje do alerta de segurança, o Departamento de Estado anunciou o encerramento dos serviços consulares na embaixada em Kiev a partir de domingo.
O Reino Unido, a Noruega e a Dinamarca também já pediram aos seus cidadãos que deixem a Ucrânia na sexta-feira, enquanto ainda existem meios comerciais disponíveis para o fazer.
Espanha garantiu que tem o dispositivo de retirada para os espanhóis pronto para o caso de ter de ser ativado.
A União Europeia decidiu, por seu turno, permitir que funcionários “não essenciais” na representação diplomática em Kiev deixassem a Ucrânia.
Holanda aconselha cidadãos a deixar o país e desaconselha viagens
A Holanda aconselhou os seus cidadãos a deixar a Ucrânia e desaconselhou viagens àquele país, anunciou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros, face à ameaça de um ataque russo ao território ucraniano.
“A situação de segurança já era preocupante, tendo-se deteriorado ainda mais nos últimos dias”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros holandês, Wopke Hoekstra, em comunicado de imprensa, citado pela France Press.
Wopke Hoekstra revela, no comunicado, que depois de falar com os aliados, a Holanda decidiu pedir a todos os “holandeses que deixem a Ucrânia”.
A maioria dos funcionários da embaixada holandesa também deixará a Ucrânia, disse o ministério, ficando uma ocupação mínima.
“O conselho de viagem para a Ucrânia mudou para vermelho hoje: significa que é muito perigoso viajar no país”, alerta ainda o ministério holandês.
Todas as viagens são desencorajadas e os holandeses são aconselhados a sair enquanto os voos comerciais ainda estão disponíveis.
Os cidadãos neerlandeses que ainda se encontram na Ucrânia são convidados a registar-se no serviço de informação dos Negócios Estrangeiros.
A Embaixada da Holanda indicou que pode fornecer assistência de emergência, como vistos.
Espanha recomenda “seriamente” aos espanhóis para que deixem a Ucrânia
O Governo de Espanha recomendou hoje aos cidadãos espanhóis atualmente na Ucrânia para que considerem “seriamente” a possibilidade de deixarem temporariamente o país devido à atual situação de segurança causada pelo conflito com a Rússia.
O Ministério das Relações Exteriores recomenda aos espanhóis para que não realizem deslocações à Ucrânia e para que considerem a possibilidade de sair temporariamente deste país “pelos meios comerciais disponíveis, enquanto persistirem as atuais circunstâncias”.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, telefonou hoje ao rei Felipe VI para o informar destas novas recomendações adotadas no âmbito do encontro de embaixadores da União Europeia realizada em Kiev.
Pedro Sánchez informou também o líder do PP, Pablo Casado, e os parceiros de coligação do Governo.
No mesmo sentido, o presidente do Governo mantém comunicação constante com o Rei, enquanto o ministro das Relações Exteriores informará os porta-vozes dos grupos parlamentares.
Por seu lado, Pedro Casado reiterou o apoio do Partido Popular “para que o Governo cumpra as responsabilidades de Espanha no quadro da NATO e da UE”, afirmou na sua conta da rede social Twitter depois de falar com Sánchez .
Iraque e Kuwait pedem aos seus cidadãos para abandonar país por “segurança”
As autoridades do Iraque e do Kuwait pediram hoje aos seus cidadãos que se encontram na Ucrânia que abandonem o país “por razões de segurança” e pelas “circunstâncias excecionais” que atravessa, face à ameaça dum iminente ataque russo ao território ucraniano.
Em comunicado de imprensa, citado pela agência Efe, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Iraque pediu “à estimada comunidade iraquiana que deixe o território ucraniano e que os cidadãos não viajem para a Ucrânia para sua segurança”.
O ministério instruiu ainda os funcionários da embaixada iraquiana em Kiev (capital da Ucrânia) a “gozarem as suas férias anuais, como forma de garantir a segurança do pessoal da missão diplomática”.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Kuwait também apelou aos seus cidadãos para “adiar suas viagens [à Ucrânia] neste momento”, apelando aos que estão lá a viver “que deixem o país para preservar sua segurança”.
O mesmo comunicado de imprensa não especificou se tinham sido dadas instruções para retirar a equipa diplomática do Kuwait.
UNIÃO EUROPEIA REAFIRMA A KIEV APOIO EM CASO DE AGRESSÃO RUSSA
A União Europeia reafirmou às autoridades ucranianas que vai apoiar a Ucrânia no caso de uma “nova agressão russa”, disse hoje o Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança.
Josep Borrell escreveu na sua conta na rede social Twitter que falou com o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, na sexta-feira à noite, “sobre os últimos acontecimentos”, em particular as questões de segurança.
“A UE e os seus parceiros estão unidos no apoio à Ucrânia. Seremos resolutos e decisivos na atuação em caso de nova agressão russa”, escreveu Borrell, “Estamos juntos”, acrescentou o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol.
Spoke to @DmytroKuleba last night on latest developments regarding the current security situation.
The EU and its partners are united in our support to #Ukraine. We will be resolute and decisive in acting in case of further Russian aggression.
We stand together.— Josep Borrell Fontelles (@JosepBorrellF) February 12, 2022
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