Guerra Rússia-Ucrânia

Veja como era a cidade de Mariupol em 2021 e como está após a invasão russa

Imagens de satélite permitem perceber a dimensão da destruição em Mariupol, uma cidade com quase meio milhão de habitantes.

Veja como era a cidade de Mariupol em 2021 e como está após a invasão russa

A cidade portuária de Mariupol tornou-se conhecida em todo o mundo por estar a ser uma das mais fustigadas pelos bombardeamentos e ataques aéreos das tropas russas. A população não consegue sair porque não estão a ser respeitados os corredores humanitários e começa a faltar eletricidade, água e comida, numa cidade que está a ficar reduzida a ruínas. Imagens de satélite mostram não só o rasto de destruição, como os alvos não militares que estão a ser atacados, como supermercados.

A invasão russa da Ucrânia vai já no 15.º dia e Mariupol tem sido uma das cidades mais atacadas. Na quarta-feira, o bombardeamento russo de uma maternidade e de um hospital pediátrico provocou três mortos, um dos quais uma criança.

“As pessoas começaram a lutar entre elas por comida e algumas destruíram os carros de outras para tirar a gasolina”, descreve o responsável da Cruz Vermelha na cidade ucraniana.

Perante este cenário, continuam a chegar informações de edifícios residenciais, supermercados, hospitais e centros comerciais destruídos por bombardeamentos e ataques aéreos. Estruturas não militares e que afetam a vida dos milhares de ucranianos que continuam retidos em Mariupol, cidade que está cercada pelas tropas russas.

Imagens de satélite da empresa norte-americana MAXAR, captadas em 2021, mostram o rasto de destruição provocado em vários edifícios e contradizem a informação que tem sido difundida pela Rússia de que os civis não são alvo desta “operação militar”. Nas imagens abaixo pode ver como era no ano passado e como está agora um bairro residencial em Mariupol.

Também um supermercado foi alvo de ataque. Numa altura em que faltam alimentos e bens de primeira necessidade aos habitantes da cidade portuária, é possível perceber nas imagens abaixo como esta estrutura ficou totalmente inacessível.

Não menos impactantes são as imagens da maternidade e do hospital pediátrico, construídos recentemente, e que ficaram totalmente destruídos esta quarta-feira. Nas imagens abaixo pode ver os três edifícios que compõem a unidade hospitalar e o resultado provocado pelo bombardeamento, que abriu (literalmente) uma cratera junto a um dos blocos.

Há ainda imagens de satélite de um outro bairro residencial, na zona Norte da cidade, que mostram, uma vez mais, como prédios e casas de civis são alvos nesta guerra.

Continuamos na zona Norte da cidade. Aqui existia uma extensa aérea comercial, onde além de um hipermercado, havia uma loja de venda de colchões e uma joalharia e, após a invasão russa, o que se vê através das imagens de satélite é: destruição.

Durante a noite, as temperaturas descem aos nove graus negativos. Quem resiste à invasão russa em Mariupol enfrenta condições difíceis de imaginar para uma cidade que tem quase meio milhão de habitantes e que desde o passado dia 24 está a sobreviver.

Recorde-se que, desde o início da ofensiva militar na Ucrânia, mais de 2,3 milhões de pessoas fugiram rumo a países vizinhos, naquele que é já considerado o êxodo mais rápido na Europa desde a II Guerra Mundial, e mais de 550 civis morreram, entre os quais crianças.

A Rússia continua a negar a responsabilidade de ataques a áreas povoadas, edifícios residenciais, hospitais e escolas, apontando o dedo aos “nacionalistas ucranianos”. A verdade é que, Mariupol é um ponto estratégico da região do Donbass, localizado fora das áreas controladas pelos separatistas apoiados por Moscovo e de interesse para a Rússia.

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