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Vinte e seis pessoas detidas na Suécia por atos islamofóbicos

Manifestantes protestavam contra um grupo de extrema-direita que anunciou uma queima do Alcorão.

Vinte e seis pessoas detidas na Suécia por atos islamofóbicos

Vinte e seis pessoas foram detidas no passado domingo na Suécia após confrontos entre as forças de segurança e manifestantes que protestavam contra um grupo de extrema-direita que anunciou uma queima do Alcorão, divulgou esta segunda-feira a polícia.

“A noite foi calma depois dos tumultos de ontem em Navestad [na cidade de Norrköping]” – onde vive uma grande comunidade muçulmana -, referiu a polícia em comunicado, acrescentando ter detido ainda oito pessoas “suspeitas de tumultos violentos”. Na cidade vizinha de Linköping, onde também se registaram distúrbios, foram detidas 18 pessoas.

No passado domingo, eclodiram confrontos nas duas cidades pela segunda vez em quatro dias, tendo sido queimados vários carros e atiradas pedras contra a polícia.

Na passada quinta-feira, os manifestantes protestaram contra uma concentração do movimento e pequeno partido anti-imigração e anti-Islão Linha Dura, dirigido pelo dinamarquês-sueco Rasmus Paludan. Tendo-se manifestado novamente, no domingo, contra novos protestos anunciados, tendo atingido o objetivo de que Paludan desistisse da sua realização.

Ainda assim, os confrontos em Norrköping levaram a polícia a disparar tiros de aviso, que feriram três pessoas.

Paludan, que foi condenado na Dinamarca por insultos racistas, tem feito nos últimos dias uma “digressão” na Suécia, sobretudo por bairros com grande percentagem de população muçulmana, onde tem como ritual queimar o Alcorão, o livro sagrado do Islão, provocando violentas contramanifestações.

Em Malmö, onde Rasmus Paludan queimou um Alcorão no sábado, a noite de domingo para segunda-feira foi muito agitada, pela segunda vez consecutiva, tendo sido ateado um incêndio numa escola, com os apelos deste a provocarem protestos do mundo árabe.

A diplomacia iraquiana, que convocou o encarregado de negócios sueco em Teerão, considerou tratar-se de um ato “de provocação dos sentimentos dos muçulmanos, que ofende o que lhes é sagrado”.

Também a Arábia Saudita “condenou as ações de certos extremistas na Suécia e as suas provocações contra os muçulmanos”, segundo a agência oficial de notícias do país, bem como o Iraque e a Malásia, que também já expressaram reações de condenação.

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