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Cápsula espacial da Boeing aterra com sucesso no deserto do Novo México

Starliner concluiu missão pela primeira vez. Veja o vídeo.

Cápsula espacial da Boeing aterra com sucesso no deserto do Novo México

A cápsula espacial Starliner da Boeing, não tripulada, aterrou na noite de quarta-feira, concluindo com sucesso uma missão de teste crucial para a empresa, que quer provar a sua capacidade de transportar astronautas da NASA para a Estação Espacial Internacional (ISS).

A cápsula espacial CST-100 Starliner da Boeing passou um importante teste, apesar de alguns contratempos.

A Starliner aterrou na noite de quarta-feira, concluindo com sucesso uma missão crucial para a empresa, que quer provar que tem capacidade para transportar astronautas da NASA para a Estação Espacial Internacional (ISS).

A cápsula não tripulada aterrou no deserto do estado norte-americano do Novo México, na base de White Sands, às 16h49 (23h49 hora de Lisboa).

A descida foi travada por amplos paraquedas e a aterragem foi amortecida por grandes airbags.

A escotilha do Starliner foi fechada na terça-feira por astronautas a bordo da ISS. A viagem para percorrer os cerca de 400 km que separam a estação orbital da Terra durou cinco horas.

A Starliner trouxe 270 kg de carga, incluindo tanques de oxigénio reutilizáveis, que serão abastecidos na Terra e mais tarde devolvidos à ISS.

Futuro “táxi espacial” para a ISS

A aposta era muito alta tanto para a Boeing – que há anos que tenta fazer um teste bem sucedido – como para a NASA, que investiu vários milhares de milhões de dólares no desenvolvimento da nave espacial.

No futuro, a NASA pretende contratar este serviço da Boeing para transportar os seus astronautas até a Estação Espacial. Depois do fim do programa SpaceShuttle, em 2011, durante vários anos as idas e vindas à ISS dependiam exclusivamente da nave russa Soyuz. Em 2020 entrou em cena o milionário Elon Musk com o foguetão FalconX e a nave Dragon da SpaceX.

Apesar de uns problemas, teste foi um sucesso

A Starliner descolou do Cabo Canaveral a 19 de maio e atracou na ISS no dia seguinte. Durante uma semana foram realizados vários testes para verificar o bom funcionamento do veículo espacial.

Mas só o facto de ter atracado com sucesso já foi um verdadeiro alívio para a Boeing, depois da tentativa mal sucedida em 2019. Na altura a Starliner teve que voltar mais cedo, antes mesmo de conseguir chegar à Estação. O regresso à Terra e a aterragem foram na altura feitos sem problemas.

Depois desta primeira missão fracassada e de um longo período de ajustes, o voo de teste deveria ter sido repetido em agosto de 2021. Mas quando o foguetão já estava na plataforma de lançamento, as válvulas da cápsula estavam bloqueadas devido a um problema de humidade. A nave teve que regressar à fábrica para reparações.

Desta vez, o voo para a ISS correu bem, apesar de alguns contratempos, nomeadamente um problema detetado no sistema de propulsão: dois dos 12 propulsores utilizados pela cápsula para se colocar na trajetória correta após a descolagem não funcionaram.

Houve também um atraso na atracagem à ISS, devido a um problema técnico com o dispositivo que permite a ligação.

No entanto, a NASA e a Boeing tranquilizaram e minimizaram a importância do incidente. Consideram que foram problemas menores em comparação com os anteriores.

NASA via AP