Centenas de migrantes tentaram forçar a entrada nos Estados Unidos, a partir da fronteira com o México. A maior parte era de origem venezuelana. As autoridades norte-americanas acabaram por conseguir repelir a população.
As fronteiras foram reforçadas com arame farpado, mas nem isso parecia demover os migrantes que tentavam pedir asilo para entrar nos EUA. O grupo estava frustrado com os problemas da aplicação Customs and Border Protection One (CBP One) – desenvolvida pela Administração Biden para facilitar o processo de pedido de asilo.
“Queremos uma resposta. A aplicação não funciona. Estou sozinho, estamos sozinhos aqui e já fomos roubados extorquidos e não temos uma resposta”, diz Camila Cruz, uma jovem venezuelana, em lágrimas. “Só queremos entrar para ter um futuro e ajudar as nossas famílias.”
Os migrantes reuniram-se na cidade mexicana Ciudad Juarez, mas acabaram por não conseguir atravessar a fronteira dos dois países. Muitos migrantes levavam consigo crianças pequenas.
Algumas pessoas afirmam que as autoridades usaram gás pimenta contra os migrantes, incluindo as crianças.
“Eles usaram gás pimenta contra os olhos das crianças. Estamos aqui por um futuro melhor. Estamos a atravessar a floresta Darien, a correr riscos nesta jornada. As crianças não conseguem dormir, comer ou estudar. Não fazemos mais nada do que esperar por uma resposta. Esta aplicação é inútil”, afirma Jesica Barrio, migrante venezuelana.
Passado algum tempo, a população de migrantes acabou por se retirar, retomando às margens do Rio Grande, onde são monitorizados pelos oficiais de imigração norte-americanos.
O departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos garante que serão feitas novas atualizações à aplicação para simplificar e acelerar o processo. Até ao momento, nem o serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras norte-americano, nem o Governo do México comentaram a situação.