Olhares pelo Mundo

Dia da Terra: "sereia Merle" recolhe lixo e alcança novo recorde

A nadadora de origem sérvia cumpriu mais uma missão para alertar para os problemas de poluição na Baía Bescayene, no estado norte-americano da Florida, por ocasião do Dia da Terra.

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Merle Liivand, nadadora de origem estónia, bateu um novo recorde mundial do Guinness. Uma missão desportiva e ambiental, a pretexto do Dia da Terra, que se assinala este sábado. A atleta nadou a distância de 48,2 quilómetros na Baía Biscayne em 14 horas e 15 minutos, superando o seu anterior máximo. Pela quinta vez, nadou nesta baía na Florida, nos EUA, com uma mono barbatana que se assemelha a uma cauda de sereia. Em simultâneo, recolheu mais de 9 quilos de lixo, na maioria resíduos plásticos.

Mais conhecida como "sereia Merle" ou "eco sereia", a atleta tem já um longo percurso em prol da sensibilização para os problemas ambientais, em particular na Baía Bescayene, ecossistema vulnerável devido à poluição.

Aos 32 anos, Merle Liivand nadou pela quinta vez, na semana passada, nas águas ameaçadas da Baía Bescayene. Em fevereiro deste ano, o Departamento de Proteção Ambiental da Florida revelou um novo relatório que refere que a percentagem de detritos nesta baía continua elevada, assim como a ameaça à vida selvagem e à segurança pública.

Merle nasceu na Estónia e começou a nadar ainda criança. Vir para Miami e nadar em águas mais quentes foi um sonho que se tornou realidade.

Miami situa-se no topo da Baía Biscayne e muitos dos resíduos que aí chegam têm origem nesta cidade turística. Casa de golfinhos e corais, a baía ainda abriga uma enorme diversidade marinha. É vital para o turismo e de grande importância para os moradores da região, como é o caso de Merle Liivand.

"Só penso em quebrar recordes mundiais do Guinness a recolher plástico. É uma loucura. O meu saco está cheio e não estou aqui nem há 4 horas... Precisamos de fazer melhor", alertou a atleta e ambientalista, no arranque de mais uma prova.

"Existem pessoas que querem melhorar a situação, o que me inspira... precisamos salvar a Baía Biscayne ", acrescentou em entrevista à agência Reuters.

Apesar de lutar contra uma corrente cada vez mais forte, hora após hora, Merle nunca desistiu: "Tudo isto (lixo recolhido) saiu da Baía Biscayne, de onde todos dependemos. Dependemos disto economicamente, dependemos disto em termos de saúde, dependemos da baía em termos comunitários", realçou.

"Havia lugares onde cheirava a casa de banho e havia muitas ervas marinhas que eu eu tive que cortar como um viking", contou no final da maratona de natação.

Em relação à quantidade de lixo que recolheu, afirmou: "Se isto não é chocante, não sei o que dizer".