Neste caso é preciso adaptar a expressão “com uma perna às costas” para algo mais literal, como “com uma mulher às costas”. É a forma mais simples e direta de descrever o que é exigido aos 15 casais que se desafiaram a percorrer uma pista de obstáculos de 260 metros, em mais um campeonato de carregamento de mulheres.
A prova teve lugar pelo quarto ano em Tapiobicske, uma localidade da Hungria, mas o título foi entregue a um casal da Lituânia, que aprimorou uma técnica da Estónia - o chamado ‘carregamento estónio’, em que a mulher se pendura de cabeça para baixo, com as pernas em redor do pescoço do marido.
Vytautas Kirkliauskas and Neringa Kirkliauskiene enfrentaram as altas temperaturas do último fim de semana de agosto, ultrapassando valas repletas de lama e escalando fardos de palha, e acabaram por partilhar que o segredo para o sucesso está não só na forma como a mulher é carregada às costas pelo percurso, mas também num ritual que mantém antes e depois de cada corrida.
“Usámos o ‘carregamento estónio’ e beijamo-nos antes e depois da corrida. Penso que isso é o mais importante, ter uma pessoa boa a nosso lado na vida para fazer coisas juntos, competir, treinar e viajar. Somos muito felizes”, partilhou Vytauras, sorridente, com a mulher ao lado.
Já Neringa deixou uma dica para as outras mulheres: “O mais importante é segurar-se bem às costas do marido porque ele atravessa vários obstáculos e abana-se muito".
Para o organizador da corrida, a versão húngara é “um pouco mais autêntica” e, quiçá, “mais desafiante” do que noutros países onde se realiza, pois não faltam obstáculos enlameados para superar.
Na vila de Tapiobicske esta é a quarta edição do concurso, que tem tradição noutros países, sobretudo na Finlândia, onde é organizado desde os anos 1990. Mas, na verdade, esta prova terá uma origem muito mais antiga, pois acredita-se que tenha sido realizada pela primeira vez na época Viking.