O rio Sena, na capital francesa, vai passar a estar aberto para banhos, a partir do próximo ano. A decisão foi anunciada pela câmara municipal de Paris, que pretende abrir três instalações balneares ao longo do Sena, perto de grandes atrações turísticas como a Torre Eiffel e a catedral de Notre-Dame.
França gastou 1,4 mil milhões de euros a limpar o rio, antes dos Jogos Olímpicos de Paris. Para mostrar que era seguro para os atletas nadar naquelas águas, a ministra francesa do Desporto, Amélie Oudéa-Castéra, e a presidente da câmara de Paris, Anne Hidalgo, chegaram mesmo a mergulhar, em frente às câmaras, no rio. Também o presidente Emmanuel Macron disse que o faria, mas, até ao momento, não há sinal de qualquer banho presidencial.
"Fizemos o que era necessário"
A capital francesa tem em curso projeto ambicioso, financiado pelo Governo e pela autarquia, para modernizar o sistema de saneamento da capital – com a abertura de novas condutas para as casas e barcos-casa, que antes bombeavam os esgotos brutos para o rio, estações de tratamento adicionais e um reservatório por baixo da Gare de Austerlitz.
“Fizemos o que era necessário. E vai haver muita gente a querer aproveitar o rio. Acho que até vamos ter outro problema: vamos ficar rapidamente sem espaço para todas as pessoas que vão querer nadar no Sena, no próximo ano”, declarou o vereador do Desporot da câmara de Paris, Pierre Rabadan.
Percalços nos Jogos Olímpicos
Ainda assim, os altos níveis de bactérias no Sena obrigaram ao cancelamento de treinos e ao adiamento de provas que decorriam no rio, nestes Jogos Olímpicos. Houve até atletas que ficaram doentes, depois de competirem no Sena – incluindo os triatletas portugueses Vasco Vilaça e Melanie Santos.
“Estamos a falar de um desporto que acontece na natureza. Ninguém achou problemático que a prova de skateboarding fosse adiada porque estava a chover no sábado. Com as condições do Sena é exatamente a mesma coisa”, afirmou o vereador, desvalorizando a situação.
Ainda assim, os parisienses continuam a manifestar algum receio em nadar nestas águas.
“Mesmo que não tivesse havido críticas dos atletas, eu continuava a ter medo”, afirma Pedro Couri, um parisiense de 29 anos, ouvido pela Reuters.
“Prefiro esperar um pouco e ver se o presidente Macron vem nadar aqui, como ele disse que faria. Isso deixava-me mais descansado”, atira.