Um grupo de biólogos e ambientalistas mexicanos está a trabalhar para transformar a área natural em redor das antigas ruínas de Guiengola, em Oaxaca, no sudoeste do México, numa reserva natural protegida, dada a vasta diversidade de flora e fauna ali preservada desde os tempos pré-hispânicos.
Eduardo Nicolas Michi Bautista, biólogo de 23 anos da Universidade Autónoma Benito Juárez de Oaxaca, tem vindo a instalar armadilhas fotográficas em todo a área de mais de 300 hectares para documentar a vida selvagem e sensibilizar as comunidades locais para a importância da conservação.
"Principalmente no aspeto ecológico, para conservar estas espécies, para as proteger, porque não se pode cuidar de algo que não se conhece. E quando esta área for declarada área protegida, todas estas espécies estarão também sob essa proteção. Desta forma também beneficiará a sociedade, porque atualmente vivemos numa época em que a questão ecológica é, infelizmente, muito negligenciada. E conhecer estas espécies, saber como interagem no seu ambiente, ajudar-nos-á a sensibilizar para a importância de cuidar do ambiente", disse à Reuters.
As armadilhas fotográficas captaram imagens da vida selvagem no seu habitat natural, incluindo ocelotes (leopardus pardalis) a beber água de albufeiras, quatis (nasua narica), coelhos-mexicanos (Silvialagus cunicularis), esquilos e diversas espécies de aves, como corujas, pombos, chachalacas e pegas.
Guiengola, que significa "Pedra Grande" em zapoteca, é uma cidade pré-hispânica que foi ocupada de 200 a.C. a 750 d.C. O sítio, localizado a 12 quilómetros de Santo Domingo Tehuantepec.
O jovem biólogo, que começou a registar espécies em vídeo há dois meses, procura apoio junto de organismos federais e estaduais, bem como de autoridades municipais de Tehuantepec, para promover a conservação da biodiversidade na região do Cerro Guiengola.
A iniciativa visa criar trilhos temáticos que permitam aos visitantes aprender sobre o património arqueológico da antiga civilização e o sistema de grutas existente na reserva para incentivar os esforços de conservação.