Na Cimeira Ibero-Americana que se realizou no Porto, em 1998, fiquei destacada para acompanhar a delegação cubana.
Fidel Castro veio a Portugal provar que tem entre os jovens muitos apoiantes e que o seu país é um investimento certo para os empresários.
A esse propósito, visitou a empresa de Américo Amorim, em Santa Maria da Feira. Na ocasião, o líder cubano perguntou-me se havia muitas jornalistas em Portugal. Respondi-lhe que sim.
Com um sorriso nos lábios, a reacção de Fidel foi "mui bien, mui bien".
Meio ano depois estive em Havana, com uma delegação empresarial chefiada por Pina Moura, ministro da Economia.
A comitiva foi recebida no Palácio dos Congressos e todos apresentados individualmente ao El Comandante.
No meio daquele cerimonial e da longa espera, ouvi um inesperado "que guapa" da boca de Fidel.
Pouco depois, enquanto me servia do buffet, alguém nas minhas costas pergunta em castelhano se o meu namorado me deixava estar sozinha em Cuba.
Apercebi-me de imediato que o inconfundível charme caribenho não era outro senão o do líder cubano. Fiquei surpreendida.
Mas logo após o galanteio, foi capaz de descer do seu 1m 83 e querer saber coisas (da minha profissão), da SIC, de Francisco Pinto Balsemão (de quem se recordava bem quando foi primeiro-ministro), de Portugal, dos portugueses, por quem mostrou curiosidade.
Na capa, uma estrela solitária. Tal como ele. Naquele ano, no Natal, recebi uma fotografia do meu encontro com Fidel e um postal.