Ontem, Marcelo fez xeque a Costa.
O estado de graça acabou.
E fê-lo com palavras simples, empáticas, medidas e pensadas.
Fê-lo de uma forma que toda a gente percebe.
De uma vez, "mandou" demitir a ministra, pediu responsabilidades políticas e a sua assunção clara;
"Desceu" ao nível dos cidadãos governados e colou-se ao "povo".
O povo dele, nós todos, esse povo que percebe bem o que é isso dos "afectos".
As imagens de cidadãos a chorar no ombro do Presidente revela quem é Marcelo e como faz bem o que se propôs fazer: estar perto, ser mais um.
Era, como há muito digo, era isto que Marcelo queria.
Ter o povo ao ser lado, o país a seus pés para que, quando e se tivesse que ser, usar esse poder, que não está na constituição, para agir com legitimidade.
Marcelo fez várias coisas ao mesmo tempo. Como ele sabe fazer.
A frase sobre as cem pessoas que no início deste ano contavam chegar vivas a 2018 é, ao mesmo tempo, arrepiante e crua.
Marcelo sabe o que faz com as palavras.
Agora, percebe-se para que servem as selfies; a agenda improvisada. O estar em todo o lado.
O resto é política.
Mas Marcelo é, também aí, um mestre.