Do outro lado estava uma coligação PSD/CDS. O PS, sozinho, ganhava à direita unida. Costa, presidente da Câmara de Lisboa, a preparar o assalto ao partido, entendeu que a vitória, repito, a vitória foi por "poucochinho".
O resto já se sabe.
Apeou Seguro numas primárias e é líder do PS desde então.
Seguro anda calado desde aí.
Guardou reserva a aparições públicas, pedidos de entrevistas e de debates, comentário e análise.
Saiu.
Costa tem, agora, eleições europeias.
Claro que as enfrenta enquanto primeiro-ministro, com a força decorrente do poder, mas as europeias não são fáceis para quem governa.
Nunca foram.
Costa tem de as ganhar.
E não pode ser por "poucochinho".
Até porque ainda este ano há legislativas e Costa ainda não ganhou nenhumas.
Vai ao baú do Governo para fazer a lista do Partido.
Prefere fazer uma remodelação que não será nem tão cirurgica como diz nem tão profunda como se pensa.
Sacrifica a orgânica do Governo, muda as pastas e as competências a seis meses de legislativas.
Este é um Governo ao serviço do partido.
E uma orgânica ao serviço das escolhas e das incompatibilidades dos escolhidos para ministro ou secretário de Estado.
Costa quer fazer uma lista "de combate" e chama os mais próximos.
Quando o círculo do poder se afunila demasiado, as opções acabam por ser estas - os da casa, os de confiança;
Segue a mesma fórmula para o Governo.
Promove secretários de estado a ministros.
Não vai fora, nem do governo nem do Partido.
Só há um factor que Costa não domina: os boletins de voto preenchidos.
E se o PS perder com os ministros ou ganhar por "poucochinho?"