Opinião

Sessão de Cinema: “Charlie e a Fábrica de Chocolate”

Entre as muitas histórias infantis de Roald Dahl, “Charlie e a Fábrica de Chocolate” é, seguramente, uma das mais populares — em 2005, Tim Burton apresentou a sua exuberante versão, protagonizada por Johnny Depp.

Johnny Depp no papel de Willy Wonka, ou a arte da fábula segundo Tim Burton.
Johnny Depp no papel de Willy Wonka, ou a arte da fábula segundo Tim Burton.

Publicada em 1964, “Charlie e a Fábrica de Chocolate” é uma das mais populares histórias infantis do escritor britânico Roald Dahl (1916-1990). Teve uma primeira adaptação cinematográfica em 1971, sob a direcção de Mel Stuart, com Gene Wilder no papel de Willy Wonka, entre nós lançada como “A Maravilhosa História de Charlie”; em 2005, Tim Burton apresentou a sua própria versão, um delicioso exercício de fantasia e humor que agora pode ser visto ou revisto numa plataforma de streaming.

Filho de uma família de escassos meios de sobrevivência, Charlie Bucket (Freddie Highmore) é um rapazinho que participa num concurso promovido pela fábrica de chocolate dirigida pelo bizarro Willy Wonka. Os participantes terão o privilégio de visitar a fábrica, podendo mesmo receber o misterioso prémio final, prometendo o acesso a uma imensa riqueza…

No papel de Willy Wonka está o actor fetiche do cinema de Burton, Johnny Depp, inesquecível em títulos como “Eduardo Mãos de Tesoura” (1990) ou “Ed Wood” (1994). A meio caminho entre a subtileza da comédia e o artifício do circo, ele lidera uma história recheada de peripécias inesperadas, por vezes com divertidas memórias cinéfilas (veja-se, por exemplo, a alusão a “2001 - Odisseia no Espaço”, de Stanley Kubrick), desembocando numa fábula sobre a descoberta da identidade.

Como sempre visualmente deslumbrante, o trabalho de Burton conta com cenários festivos e um sofisticado guarda-roupa (nomeado para o Óscar da respectiva categoria). Isto sem esquecer o contributo de dois fiéis colaboradores: o francês Philippe Rousselot, na direcção de fotografia, e o americano Danny Elfman, responsável pela música original.

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