José Milhazes e Germano Almeida acreditam que é uma questão de tempo até a Turquia aceitar a adesão da Suécia e da Finlândia à NATO. Sobre a visita do Presidente da Indonésia a Kiev, dizem ser muito importante.
Na SIC Notícias, José Milhazes afirma que, se não for na Cimeira da NATO, em Madrid, será “num futuro muito visível” que a Turquia mude de posição.
“Com as coisas a andarem assim, irão obrigar a chegar a um acordo entre a Turquia e os dois países do Báltico (…) O bombardeamento trágico de segunda-feira pode ajudar a que estes países da NATO cheguem o mais depressa possível a um acordo”.
Reconhece ainda que o conflito na Ucrânia “está a tomar dimensões cada vez mais perigosas” e que “ninguém está interessado que ele se alargue”.
Germano Almeida acredita que a questão pode ser resolvida e anunciada ainda na Cimeira de Madrid: “[Mas] se não for agora, será mais tarde”.
Na Edição da Manhã, considera que a Turquia pode fazer a ponte entre “esses dois mundos cada vez mais divididos”: NATO e Rússia.
“Dentro da NATO, a Turquia é o membro que tem uma relação mais especial com a Rússia, mas é também uma rival da em muitos aspetos.”
“Até novembro pode acontecer muita coisa”
Sobre a visita do Presidente da Indonésia a Kiev, afirma que é importante e que pode mostrar a tentativa de se assumir como um país neutral: “[A Indonésia] tem muitas relações comerciais com a Rússia, mas também muitos interesses com o Ocidente.”
O líder indonésio vai aproveitar a viagem à Europa, onde marca presença na Cimeira do G7, convidado por ter a presidência rotativa do G20, para visitar a Ucrânia e a Rússia e encontrar-se com os Presidentes.
Germano Almeida destaca também que a Indonésia vai acolher a cimeira do G20, em Bali, em novembro, para a qual Putin e Zelensky estão convidados.
Para José Milhazes, um dos principais objetivos de Joko Widodo é fazer com que a cimeira se realize, uma vez que “há uma grande incógnita”: “Até novembro pode acontecer muita coisa”.
Considera que o Presidente indonésia pode tentar ser intermediário nas conversações de paz. Ainda assim, confessa que não consegue imaginar Putin e Zelensky na mesma sala.