A Turquia retirou esta terça-feira o veto à adesão da Finlândia e da Suécia à NATO. José Milhazes e Nuno Rogeiro analisaram, no Jornal da Noite, a adesão dos dois países à NATO e ainda a Cimeira do G7.
“Isto foi anunciado porque era uma coisa que no fundo já se conhecia há dois ou três dias. A Turquia acha-se satisfeita com aquilo que a Suécia e a Finlândia prometeram e, portanto, é mais um falhanço da diplomacia russa nesse aspeto”, disse Nuno Rogeiro sobre a decisão tomada pela Turquia esta terça-feira.
Também José Milhazes acha “claro” que a assinatura do memorando faz com que este não seja um bom dia para o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
“É mais um tiro pela culatra (…) As relações entre a Turquia e a Rússia não são aquilo que muita gente pensa. O Erdoğan [presidente da Turquia] não é amigo de Putin, nem aliado do Putin, nem nada que se pareça”, atirou o comentador.
“O Erdoğan e a Rússia têm interesses muito contraditórios, nomeadamente na zona do Mar Negro e na Ásia Central. E dentro da própria Rússia, nalgumas das regiões islâmicas da Federação da Rússia. Daí que esta notícia para Putin é muito desagradável”, disse.
Além disso, José Milhazes considera que o presidente russo conseguiu “fazer aquilo que se achava impossível”: a adesão da Finlândia e da Suécia, países neutros, o que, para a diplomacia russa, “é uma derrota e uma daquelas derrotas muito grandes”.