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Arguidos do caso do assalto ao Museu do Ouro condenados a 18 anos de prisão

O Tribunal Judicial de Viana do Castelo condenou hoje a 18 anos de prisão cada um dos cinco homens acusados da autoria do violento assalto ao Museu do Ouro daquela cidade, em Setembro de 2007.

Durante as alegações finais, o Ministério Público pediu 10 anos de prisão para cada um dos arguidos, mas a defesa "exigiu" a absolvição de todos, considerando que "não foi feita qualquer prova que os possa ligar" aos factos.



Os advogados dos arguidos criticaram fortemente a investigação, conduzida pela Polícia Judiciária, e manifestaram-se mesmo convencidos de que houve "pressões políticas e hierárquicas" para rapidamente se apresentarem resultados, pelo que acabaram por ser detidos os que "foram apanhados mais a jeito" .



Lembraram que o assalto ocorreu na véspera de uma cimeira dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, que se realizou em Viana do Castelo, e que, no mesmo dia do assalto o ministro da Administração Interna garantia, na Assembleia da República, que "os ladrões já estavam presos" .



Perante esta garantia, alegaram, que "era preciso martelar à força uma acusação, para meter na cadeia aqueles que o ministro tinha anunciado" .



Os arguidos respondiam pela coautoria, entre outros, de três crimes de roubo, dois de homicídio qualificado na forma tentada e três de ofensas à integridade física qualificada.



Os factos remontam à manhã de 06 de setembro de 2007, quando um grupo de indivíduos armados assaltou a Ourivesaria Freitas e o Museu da Ourivesaria Tradicional, ambos situados no Centro Histórico de Viana do Castelo e pertencentes ao mesmo proprietário.



Na altura do assalto, os indivíduos envolveram-se numa troca de tiros com a PSP.



Os assaltantes fugiram numa carrinha roubada, que viriam a incendiar poucos minutos depois num caminho da freguesia de S. Romão de Neiva, prosseguindo a fuga numa outra viatura, também furtada.



Pouco depois, dava entrada no Hospital da Trofa um jovem ferido com um tiro na cabeça, que acabaria por morrer.



A acusação garante que esse jovem esteve envolvido no assalto e poderá ter sido baleado na troca de tiros com a PSP, mas a defesa refere que não há nada que prove esse envolvimento.



A defesa classificou toda a acusação como um filme, chegando mesmo a afirmar, com ironia, que "Woody Allen não teria feito melhor" .



O caso foi julgado por um tribunal de júri, constituído por três juízes e quatro jurados, estes últimos escolhidos aleatoriamente entre os cidadãos eleitores de Viana do Castelo.



(Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico)



Com Lusa