País

Centenas de pessoas na Praça de Espanha para manifestação cultural

Várias centenas de pessoas estavam já concentradas  na Praça de Espanha, em Lisboa, meia hora antes do início da manifestação cultural, que se associa ao apelo "Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas!". 

MANUEL DE ALMEIDA

No local, onde a 15 de setembro decorreu a que terá sido uma das maiores  manifestações dos últimos anos, está montada uma estrutura que inclui um  palco, um sistema de som e barracas de comes e bebes. 

Entre as pessoas que aguardavam o início da manifestação estava Luís  Santos, técnico de som do Centro Cultural de Belém, que disse à agência  Lusa que no meio da Cultura "só se sente é crise, menos dinheiro, menos  'cachets' e menos espetáculos". 

"Vim solidarizar-me como todos os músicos e técnicos porque a nível  artístico está toda a gente apertada. A política deste Governo só se pode  agravar... Mexe na Educação, mexe na Cultura, fica tudo pior e não sei o  que se pretende para as próximas gerações", lamentou. 

Luis Santos destacou que a manifestação de hoje, que se pretende que  dure até à meia-noite, tem "uma proporção diferente" da manifestação de  há um mês. 

Porém, o técnico manifestou-se confiante que ainda chegará mais gente  ao local "para mostrar a Passos Coelho que ele não tem de se preocupar só  com a geração rasca ou com os indignados". 

"Estamos todos no mesmo barco", admitiu Luís Santos, salientando ainda  que a organização técnica e artística do espetáculo de hoje é feita de forma  solidária, sem que ninguém receba dinheiro pelo seu trabalho. 

O palco está montado junto ao início da avenida de Berna e as pessoas  estão concentradas quer ali, quer no espaço relvado onde está colocado o  monumento ao 25/abril. 

O trânsito está cortado parcialmente, havendo circulação para o lado  poente, em direção a Alcântara/Ponte 25 de Abril. 

Junto à residência do embaixador de Espanha foram canceladas grades.

Por acreditar que o "humor é uma arma terrível", José Duarte trouxe  um cartaz onde avisa: "Passos, o teu Governo vai caber num carro funerário  e Portas, o teu partido vai caber num riquexó". 

No cartaz José Duarte usou a sua experiência de cartoonista, que antes  do 25 de Abril levou a "PIDE lá a casa" e disse à agência Lusa que por estes  dias voltou às manifestações depois de muitos anos "só a observar". 

"Desta vez é demasiado. Primeiro tiraram-me o subsídio de férias e depois  tenho sofrido um conjunto de atitudes "que são demais", indicou, referindo  que o protesto de hoje será especialmente interessante por juntar à indignação  a música, que vai testemunhar com a mulher Marília. 

 

Com Lusa