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Jerónimo acusa Passos Coelho de promover desemprego por decreto 

O secretário-geral do PCP acusou hoje o primeiro-ministro de promover o desemprego por decreto, optando por "não tocar em quem mais tem e quem mais pode" e massacrar "quem trabalha ou já trabalhou".  

JOAO RELVAS

"O Governo o que faz é promover por decreto os despedimentos. Vem aí mais um novo e brutal ataque aos portugueses. Estão definidos os montantes, os objetivos e as vítimas - mais uma vez, os do costume, quem trabalha e quem já trabalhou é quem vai pagar a fatura", disse Jerónimo de Sousa a Passos Coelho, no debate quinzenal na Assembleia da República. 

O líder do executivo da maioria PSD/CDS-PP tinha defendido que "o desemprego  não é uma opção do Governo", mas que "faz parte da realidade económica e  deve ser combatido". 

"O emprego não é criado por decreto, mas pela economia. O Governo suporta  custos políticos desse processo", afirmara Passos Coelho, justificando o  aumento do desemprego para os atuais 17,7% "pelos efeitos do ajustamento".

O líder comunista sublinhou que o Governo, "por opção, não toca nos  intocáveis, que mais têm e mais podem", reiterando que as políticas em execução  são "puro terrorismo social". 

"Não há restrição mais real do que um país não ter dinheiro para pagar. Os ricos em Portugal pagam a crise também. As empresas que têm mais rendimentos pagam mais, aqueles que têm pensões mais elevadas, pagam mais", afirmou Passos Coelho, exemplificando com as medidas adotadas sobre as rendas no  setor elétrico e nas Parcerias Público-Privadas rodoviárias. 

Jerónimo de Sousa condenou a forma como o Governo colocou o país "num  beco sem saída" e o "ataque aos trabalhadores, aos reformados e, agora,  também às famílias e militares", por exemplo, em virtude dos anunciados  cortes na saúde, educação e segurança social. 

"Aquilo que está em marcha é um passo mais na liquidação de direitos", concluiu.  

  Lusa