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Jerónimo avisa para "nova vaga de assaltos", enquanto PS espera por 2015

O secretário-geral do PCP alertou hoje para  uma "nova vaga de assaltos" por parte do Governo da maioria PSD/CDS-PP,  a "infernizar" os portugueses, dizendo que os membros do PS "não andam nem  desandam" e aguardam por 2015. 

TIAGO PETINGA

"O que os condiciona? O que receiam? É precisamente o facto de que os  trabalhadores e as populações conheçam, ganhem consciência e lutem para  fazer frente e digam 'basta' a esta nova vaga de assaltos que estão a ser  preparados", afirmou Jerónimo de Sousa, na abertura da 37ª Festa do "Avante!",  no Seixal. 

No primeiro de três dias da iniciativa comunista, o líder do PCP criticou  ainda o executivo por "dar mais um passo na destruição da escola pública",  ao limitar o acesso "em igualdade de todos os portugueses aos vários níveis  de ensino, introduzindo a falsa questão da liberdade de escolha no estatuto  do ensino privado e cooperativo". 

"Querem evitar a penalização nas autárquicas porque receiam que, a par  das especificidades do poder local, as populações associem as questões nacionais  e penalizem aqueles que, como o PSD e o CDS, estão a infernizar as suas  vidas ou que, como o PS, não andam nem desandam à espera de 2015", disse,  referindo-se aos anunciados cortes na despesa do Estado para 2014. 

Para Jerónimo de Sousa, interrompido por assobios a cada referência  ao Governo, "há alternativa e, quando o povo quiser, a canção 'Grândola,  Vila Morena' verá materializado o seu refrão imaginado por Zeca Afonso --  'o povo é quem mais ordena!' - e será o povo a ordenar o futuro do nosso  país". 

"Saudamos a decisão da CGTP, de convocar para 19 de outubro uma grande  manifestação nacional como grande resposta àquilo que está na calha, àquilo  que o FMI e a 'troika' estrangeira querem impor, mas que não querem que  se saiba antes das eleições autárquicas, àquilo que o Governo quer pôr na  proposta de Orçamento do Estado para 2014, mas que não quer que se saiba  antes de 29 de setembro", continuou. 

Enquanto vários milhares de pessoas, empunhando bandeiras vermelhas  iam pontuando o discurso com as palavras de ordem "a luta continua!" ou  "o povo, unido, jamais será vencido!", o líder comunista reiterou as críticas  ao mais alto magistrado da nação, Cavaco Silva, e ao maior partido da oposição.

"(O Governo) só se manteve e foi salvo no limite pela mão protetora  do Presidente da República e, mais uma vez, por um PS desaparecido em combate,  ao deixar cair a exigência de demissão do Governo e das eleições antecipadas",  condenou. 

Um concerto sinfónico e outras atuações musicais vão seguir-se à intervenção  política, na véspera de subirem aos diversos palcos Sérgio Godinho, a brasileira  Maíra Freitas, Primitive Reason ou Expensive Soul, num fim de semana em  que o histórico líder comunista Álvaro Cunhal, em ano de centenário, vai  ser tema de diversas iniciativas. 

Jerónimo de Sousa voltará a discursar, ao final da tarde de domingo,  em jeito de encerramento, depois de apresentar as várias candidaturas autárquicas  da CDU, no sábado. 

O último dia do evento conta com a participação das bandas Xutos & Pontapés  e Deolinda, e as vozes de Gisela João, Cristina Branco e António Zambujo,  entre outros. 

 

Lusa