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CDU arrebatou "grandes" Loures, Évora e Beja e "simbólicas" Grândola e Cuba

A Coligação Democrática Unitária (CDU) ganhou  domingo as "grandes" autarquias de Loures, Évora e Beja, as "simbólicas"  Grândola e Cuba e manteve o poder na maioria dos municípios onde reinava,  reforçando-se noutros.

NUNO VEIGA

Loures, com a consequente perda do líder parlamentar comunista - Bernardino  Soares, que deixará o posto para ser presidente da câmara -, Évora, Beja,  Alcácer do Sal, Vila Viçosa, Monforte, Alandroal, bem como a "Vila Morena",  Grândola, e a pequena Cuba são os novos "feudos" da CDU, quase todos reconquistados  aos socialistas, muitos onde se sentia um "jejum" de mais de uma década.

Até no Algarve houve ganhos surpreendentes, com Silves a passar de mãos  sociais-democratas diretamente para as de comunistas, "Verdes" e Intervenção  Democrática. 

A "maré vermelha" superou assim, largamente, os modestos objetivos anunciados  de obter "mais votos e mais mandatos" em todo o território nacional, com  a tradicional implantação a sul do rio Tejo. 

Ao todo, a CDU ganhou 10 novas autarquias, mas perdeu quatro (Vendas  Novas, Crato, Nisa e Chamusca) e totaliza agora 34 presidências de câmara  face às 28 que detinha em 2009, com mais cinco maiorias absolutas do que  as 24 de então e um total de 213 mandatos em relação aos 174 anteriores.

Aproveitando a impossibilidade de diversos candidatos socialistas, em  virtude da legislação de limite de mandatos, a CDU colocou os seus "trunfos"  no terreno.  

Em Évora, o antigo autarca de Montemor-o-Novo, Carlos Pinto de Sá, foi  o escolhido para recuperar um município que escapava desde 2001. Em Beja,  o escolhido foi o líder da edilidade de Serpa, João Rocha, após a derrota  para os socialistas há quatro anos. Alcácer do Sal foi outro exemplo de  rotatividade: Vítor Proença transitou da vizinhança, Santiago do Cacém,  para interromper dois mandatos seguidos do PS. 

Em Lisboa, com o eurodeputado João Ferreira, a CDU conseguiu também  crescer e recuperou mesmo mais um lugar na vereação depois de ter ficado  reduzida a Ruben de Carvalho há quatro anos, apesar da maioria absoluta  do socialista António Costa. 

A coligação já roça os 10 por cento dos votos na capital e viu um dos  coordenadores do Bloco de Esquerda, João Semedo, ficar "à porta", na praça  do Município, uma vez que os bloquistas falharam a eleição de qualquer vereador.

A par dos denominados "grupos de cidadãos" (de quatro para quase sete  por cento), a CDU foi a única força política a aumentar a sua votação em  relação a 2009, dos 538.764 votos (9,78 por cento) para cerca de 552 mil  (11,1 pc). 

De acordo com os dados disponíveis na página da Internet da Direção-Geral  da Administração Interna, falta ainda apurar uma freguesia (além de outras  duas onde não se realizou a votação no domingo) e atribuir a presidência  da Câmara Municipal de Caminha. 

De acordo com os dados disponíveis na página da Internet da Direção-Geral  da Administração Interna cerca das 18:00, falta ainda apurar uma freguesia  (além de outras duas onde não se realizou a votação no domingo) e atribuir  a presidência da Câmara Municipal de Caminha. 

 

     

Lusa