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AR discute hoje novas regras do regime de requalificação na Função Pública

As novas regras para o regime de requalificação  dos funcionários públicos vão ser hoje discutidas em plenário, na Assembleia  da República, depois do chumbo do Tribunal Constitucional (TC), mas o PCP  promete travar a discussão. 

(Lusa/ Arquivo)
Tiago Petinga

PSD e CDS entregaram a 02 de outubro no Parlamento a proposta de alteração  ao decreto n177/XII, que estabelece o regime jurídico da requalificação  de trabalhadores em funções públicas e que retira a possibilidade de despedimento  dos trabalhadores inativos há mais de 12 meses, uma das normas chumbadas  pelo TC no final de agosto. 

A proposta de alteração, a que a agência Lusa teve acesso e noticiou  na passada semana, inclui uma nota justificativa de 13 páginas, em que a  maioria parlamentar explica a necessidade do regime de requalificação e  da respetiva alteração para fazer face à decisão do Tribunal Constitucional.

Na quinta-feira, o PCP acusou a maioria PSD/CDS-PP de ir além do expurgo  das inconstitucionalidades declaradas pelo Tribunal no diploma da requalificação  dos funcionários públicos e vai tentar travar a sua discussão. 

Para o PCP, o executivo liderado por Passos Coelho e Paulo Portas "alterou  um conjunto muito vasto de matérias e muito importantes para os trabalhadores  da administração pública" e advoga que "o diploma carece de uma ponderação  e reflexão que tem de decorrer necessariamente em sede de especialidade".

O TC chumbou a 29 de agosto o novo sistema de requalificação, que vai  substituir a mobilidade especial, por considerar que o diploma viola o princípio  constitucional "da tutela da confiança legítima", e defendeu a necessidade  de serem "sindicadas todas as razões objetivas que podem conduzir à cessação  da relação de emprego público".  

O documento que mereceu o chumbo do TC previa a possibilidade de rescisão  contratual para os trabalhadores colocados em inatividade durante um ano,  com atribuição da indemnização prevista na lei geral e com direito à proteção  no desemprego. 

A 12 de setembro, o Governo aprovou em Conselho de Ministros uma nova  versão em que os funcionários públicos colocados no chamado "regime de requalificação"  recebem durante 12 meses 60% da sua remuneração e numa segunda fase 40%.

A proposta de alteração da maioria parlamentar adotou esta versão na  sua proposta de alteração do decreto-lei chumbado pelo TC. 

 

Lusa