País

Inspetores do SEF realizam quatro dias de greve a partir da próxima semana

O sindicato que representa os inspetores do  SEF anunciou hoje a realização de uma greve de quatros dias, a partir da  próxima semana, que irá afetar sobretudo a fiscalização nas fronteiras portuguesas.

NUNO ANDRE FERREIRA

Em declarações à agência Lusa, o presidente do Sindicato da Carreira  de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SCIF-SEF),  afirmou que a greve vai decorrer a 21, 23, 24 e 25 de novembro, coincidindo  o primeiro dia da paralisação com a manifestação nacional, em Lisboa, dos  profissionais das forças e serviços de segurança. 

 

    A greve de 21 abrange os funcionários de investigação e fiscalização  a trabalhar nos departamentos do SEF, enquanto nos restantes dias, vai decorrer  nos aeroportos, portos marítimos e centros de cooperação policial e aduaneira  (CCPA). 

 

    Segundo o pré-aviso de greve, a paralisação nas fronteiras de Lisboa  realiza-se entre as 06:00 e as 10:00 e entre as 14:00 e as 18:00 e, nas  restantes fronteiras e CCPA, entre as 07:00 e as 11:00 e entre as 16:00  e as 20:00. 

 

    "Vai afetar no primeiro dia todo o território nacional, excluindo os  postos de fronteira, e nos dias seguintes será uma greve que vai afetar  sobretudo os aeroportos, portos marítimos e os centros de cooperação policial  e aduaneira", disse o presidente do SCIF-SEF, Acácio Pereira, adiantando  que "quem viajar nesses dias vai ter problemas acrescidos na entrada ou  saída do país". 

 

    Em causa estão os cortes previstos para as remunerações em 2014, a falta  de inspetores no SEF e a proposta do Governo do Regime de Contrato de Trabalho  em Funções Públicas, que é "omissa" em relação à continuidade dos inspetores  como corpo especial de polícia, segundo Acácio Pereira. 

 

     "Neste momento, está instalada a confusão no seio das forças e serviços  de segurança. O ministro da Administração Interna veio criar, com a proposta  de Lei do Regime de Contrato de Trabalho em Funções Públicas, uma diferenciação  inadmissível e três tipos de polícias: de um lado temos a GNR, do outro  lado, temos a PSP e, do outro, está a PJ e o SEF", disse. 

 

    Para o sindicalista, esta proposta "é profundamente irresponsável e  impossível num estado de direito", além de discriminar o SEF em relação  às restantes polícias. 

 

    "Até agora éramos corpo especial, mas a proposta que está em cima da  mesa de alteração do regime é omissa em relação ao SEF. Esperamos que o  Governo e o ministro tenham o bom senso de repor a legalidade que é continuar  a ser corpo especial de polícia", adiantou. 

 

    O presidente do sindicato disse também à Lusa que "há 10 anos que não  há entradas de inspetores para o SEF", que "trabalha com serviços mínimos  há muito tempo", considerando ser algo "inadmissível". 

 

    Acácio Pereira admitiu que "está em causa a segurança das fronteiras  portuguesas e do espaço Schengen", sublinhando que este serviço de segurança  necessita de algumas centenas de inspetores. 

 

    Na semana passada, no parlamento, o ministro da Administração Interna,  Miguel Macedo, afirmou que já possui o parecer favorável do Ministério das  Finanças para proceder ao recrutamento interno de novos inspetores. 

 

    Sobre este anúncio, Acácio Pereira referiu que é "uma promessa antiga",  tendo já sido avançada em 2012 durante a discussão do Orçamento do Estado  para este ano e até agora ainda não se concretizou.  

 

    "A desmotivação é a grande e a motivação para o protesto também é grande,  estou em crer que vamos ter uma grande adesão à greve", disse ainda o presidente  do sindicato que representa o sindicato dos inspetores do SEF. 

 

Lusa