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Governo pondera tornar obrigatório exibir identificação na compra de tabaco

O Governo pondera tornar obrigatória a apresentação  da identificação na compra de cigarros, porque segundo um relatório hoje  apresentado um quinto dos adolescentes portugueses com 13 anos considera  que é "fácil ou muito fácil" aceder ao tabaco.

(Ruters/Arquivo)
REUTERS

Dados da Direção-Geral da Saúde sobre tabagismo, hoje apresentados em  Lisboa, mostram que é fácil aos adolescentes portugueses acederem ao tabaco,  embora seja proibida a venda de cigarros a menores de 18 anos. 

Mais de 20% dos adolescentes com 13 anos indicaram que lhes era "fácil  ou muito fácil" aceder a tabaco e, aos 15 anos, o mesmo grau de facilidade  era apontado por um em cada dois adolescentes. 

Emília Nunes, diretora do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo  do Tabagismo, assumiu hoje que os adolescentes portugueses não sentem dificuldades  em ter acesso a cigarros, apesar de a lei proibir a sua venda a menores.

Também o secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Leal da  Costa, demonstrou preocupação com esta realidade, que "indicia que há venda  ilegal de tabaco a menores", anunciando que pondera exigir a apresentação  da identificação no momento da compra, o que agora não é contemplado na  lei. 

"Somos forçados a concluir que está a haver venda ilegal. Não haverá  um controlo eficaz na venda", declarou o governante na apresentação do relatório  "Prevenção e Controlo do Tabagismo em Números". 

Apesar de não afastar a possibilidade de haver jovens com mais de 18  anos que fornecem tabaco a adolescentes mais novos, Leal da Costa disse  que o Governo tentará que a lei que proíbe a venda a menores sejam "integralmente  cumprida". 

O secretário de Estado reitera que "tem de haver um controlo mais eficaz  da idade" no momento da venda, embora rejeite a ideia de "colocar um agente  da ASAE ao lado de cada vendedor". 

"Ponderamos tornar obrigatório, na lei, a exigência de um documento  de identificação, como acontece noutros países", declarou aos jornalistas  no final da apresentação do relatório da Direção-Geral da Saúde. 

 

Lusa