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Polícias protestam hoje em conjunto contra cortes orçamentais

Polícias de todo o setor da segurança interna vão participar hoje, pela primeira vez em conjunto, numa manifestação nacional, em Lisboa, para contestar os cortes previstos no Orçamento do Estado para o próximo ano.

© Rafael Marchante / Reuters

O protesto é organizado pela Comissão Coordenadora Permanente (CCP)  dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de  Segurança, que congrega a GNR, PSP, Serviços de Estrangeiros e Fronteiras  (SEF), Polícia Marítima, Guardas Prisionais e Autoridade de Segurança Alimentar  e Económica (ASAE) -, mas vai contar também com a presença dos inspetores  da Polícia Judiciária e elementos das polícias municipais. 

O secretário nacional da CCP, Paulo Rodrigues, afirmou que a participação  de todo o setor deve "merecer particular atenção por parte do Governo".

Esta mobilização significa, segundo Paulo Rodrigues, que os orçamentos  previstos para o setor da segurança interna "podem pôr em causa não só a  questão socioprofissional, mas também o funcionamento das instituições".

Os profissionais das forças e serviços de segurança protestam contra  os cortes previstos nos vencimentos e nos orçamentos das próprias instituições  policiais em 2014. 

"A manifestação vai servir para exigir do Governo outra atitude, mas  também para alertar a sociedade e a opinião pública, para que é possível  vir a ter no futuro uma polícia e uma segurança de menos qualidade", sublinhou  Paulo Rodrigues.  

O também presidente da Associação Sindical dos Profissional de Polícia  (ASPP/PSP) adiantou que este setor "está a fazer um caminho de fragilidade,  que pode comprometer a qualidade da segurança pública". 

Segundo a estrutura que representa a maioria dos profissionais das forças  e serviços de segurança, o setor tem sofrido uma desvalorização, uma vez  que, desde 2004, "praticamente não existe um investimento". 

Nesse sentido, Paulo Rodrigues questiona "como vai ser possível cortar  ainda mais no próximo ano", nas instituições policiais, tendo em conta que  já funcionam no limite. 

A manifestação, que vai realizar-se entre a praça Camões, ao Chiado,  e a Assembleia da República, vai também contar com a presença do secretário-geral  do Conselho Europeu dos Sindicatos de Polícia, que pretende levar as preocupações  do setor da segurança interna português ao Conselho Europeu.  

"Fragilizar a segurança pública em Portugal pode ter também consequências  para o espaço europeu", disse ainda Paulo Rodrigues.   

A CCP congrega os sindicatos e as associações profissionais mais representativos  da Guarda Nacional Republicana (GNR), Polícia de Segurança Pública (PSP),  ASAE, SEF, Guarda Prisional e Polícia Marítima.