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Bloco de Esquerda considera que Governo "faz chantagem" ao passar mensagens sobre aumento de impostos

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) considerou hoje que o Governo "faz chantagem" com os portugueses, quando  diz não ter 'plano B' para um eventual chumbo do Tribunal Constitucional,  mas faz passar a mensagem de mais aumento de impostos. 

LUIS FORRA

"Ao mesmo tempo que diz que não tem 'plano B', há umas vozes anónimas do Governo que vão dizendo às televisões: 'bem, se calhar vamos aumentar  o IVA, se calhar são mais impostos'. Lá vem o papão e o Governo com a chantagem,  sempre a chantagem, nunca uma alternativa", criticou Catarina Martins. 

Ao discursar num almoço convívio realizado hoje em Portimão, a coordenadora  do BE disse que "não é a Constituição portuguesa que tem qualquer problema"  e que "o único problema do Governo é que não se dá bem com Estados de Direito  e preferia a lei da selva".  

"Mas em Portugal não vigora a lei da selva, nem Portugal é um país colonizado,  nem é um protetorado de uma qualquer força internacional. É um estado de  direito democrático e, portanto, tem uma Constituição, que tem que ser cumprida  e não permite ao Governo o assalto que quer fazer", defendeu. 

Catarina Martins, que partilha a coordenação nacional do BE com João  Semedo, frisou que "o Governo sabe que, na sua receita, as contas nunca  batem certo e a receita de lei da selva terá sempre a Constituição pela  frente", pelo que "vai já encontrando bodes expiatórios e dizendo que para  acabar o memorando da 'troika' não há 'plano B' e não há alternativa". 

Para a dirigente nacional do BE, "não é o Tribunal Constitucional, o  problema não é a Constituição, é mesmo o Governo, é mesmo a austeridade",  que retira "legitimidade" a um executivo que "só conhece a chantagem". 

Catarina Martins lembrou as manifestações das forças de segurança, as  greves dos transportes ou da função pública, o corte de relações entre os  reitores e o Ministério da Educação, as lutas contra as portagens, as concentrações  de pais em frente às escolas a exigirem professores para os filhos, que  disse serem o espelho de um "país que não se resigna". 

"E agora a batalha é esta: derrotar o Orçamento do Estado para derrubar  o Governo. E construir toda a alternativa sem austeridade, nem segundo resgate,  nem programa cautelar, nem tratado orçamental. É um país que diz que 'assim  não' e que a alternativa é renegociar a dívida, respeito por quem trabalha,  solidariedade e dignidade. É assim que se constrói Portugal", afirmou a  dirigente do BE. 

 

     

 

Lusa