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Nuno Crato garante que Governo investiu mais em Ciência desde 2011

O ministro da Educação recusou hoje no Parlamento as acusações de desinvestimento na Ciência em Portugal. Pelo contrário, Nuno Crato garante que o Governo investiu mais dinheiro desde 2011.

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O desinvestimento na ciência, a situação precária em que vivem os investigadores  portugueses e a fuga de cérebros voltaram a ser as principais críticas dos  deputados da posição que hoje questionaram o ministro Nuno Crato sobre a  polémica em torno do concurso de bolsas individuais de doutoramento e pós-doutoramento  2013 que, esta semana, levou à demissão de dois elementos do júri. 

A socialista Elza Pais, que abriu o debate convocado pelo PS, acusou  o Governo de fazer recuar o país 20 anos na área da ciência, deixando sem  apoio quase 90% dos investigadores: "uma brutalidade", classificou a deputada,  lembrando que, face à situação criada, estes "têm que emigrar se quiserem  continuar a fazer investigação". 

"O que está a acontecer com a ciência é a imagem do que está a acontecer  com o país: empobrecimento", disse Elza Pais. 

Nuno Crato contestou as críticas da oposição, falando em "mitos" e garantindo  que "não há abandono da investigação científica". 

"Há um mito que é preciso refutar: O Governo não desinvestiu na ciência",  afirmou o ministro, sublinhando ainda que "o governo continua a apostar  na investigação avançada" e recordando a abertura, no ano passado, de "um  concurso de projetos de menor dimensão". 

Nuno Crato lembrou ainda que "a FCT apoia atualmente mais de 12 mil  investigadores em Portugal" e que existe um novo programa internacional:  "Temos cerca de 80 mil milhões de euros disponíveis para os investigadores".

Palavras que não convenceram a oposição: a deputada do PCP Rita Rato  lembrou o corte de 82 milhões de euros na ciência e o bloquista Luis Fazenda  classificou a política governamental de "cientificídio". 

"O senhor ministro pode fazer as piruetas que quiser, mas a verdade  é que é responsável pelo desemprego de cinco mil investigadores", acusou  Rita Rato, lamentando a precariedade dos cientistas. 

Para Odete João (PS), "o programa do Governo é uma enorme errata, que  não cumpre nada daquilo que promete". 

Sobre a polémica em torno do concurso de bolsas, Nuno Crato remeteu  as questões para o presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT),  que esta tarde também estará no parlamento, na Comissão de Educação, Ciência  e Cultura.  

Com Lusa