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Honras de Panteão Nacional a Sophia de Mello Breyner Andresen

Os restos mortais da escritora Sophia de Mello Breyner Andresen, vão ter honras de Panteão Nacional, de acordo com uma resolução publicada hoje em Diário da República.

Panteão Nacional (Flikr/Peter Pearson)

No ano em que se assinalam os dez anos da morte da escritora portuguesa, e os quarenta anos do 25 de abril, a Assembleia da República decidiu, após todos os partidos com assento parlamentar terem assinado um projeto de resolução conjunto, conceder honras de Panteão Nacional aos restos mortais Sophia de Mello Breyner Andresen. 

De acordo com o documento, vai homenagear-se "a escritora universal, a mulher digna, a cidadã corajosa, a portuguesa insigne". 

A resolução da Assembleia da República revela também que será constituído um grupo de trabalho, composto por representantes de cada grupo parlamentar para determinar a data, definir e orientar o programa de trasladação, em articulação com as demais entidades públicas envolvidas. 

No início de janeiro, a rádio TSF noticiava que existia um acordo entre todos os partidos do parlamento para a trasladação do corpo da escritora para o Panteão Nacional, numa altura em que se falava da atribuição das mesmas honras ao antigo futebolista Eusébio. 

Nessa altura, Maria Andresen, uma das filhas da escritora, afirmou à Lusa que a traslação da poetisa para o Panteão constitui "uma homenagem importante" acontecer no dia 25 de abril, quando a revolução de 1974 cumpre 40 anos.

"Ela esteve sempre ao lado das pessoas exploradas e das lutas pelos direitos humanos. Numa altura destas, em que se sacrifica tanto as pessoas, é importante evocá-la", explica a filha da escritora.

Nascida no Porto, Sophia de Mello Breyner Andresen, de origem dinamarquesa pelo lado paterno, foi a segunda mulher a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa, o Prémio Camões, em 1999. 

A escritora foi cofundadora da Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos, durante a ditadura, e, após o 25 de abril, foi eleita deputada à Assembleia Constituinte. 

No projeto de resolução, os deputados escreveram ainda: Para a escritora, "a intervenção política fez-se sempre por imperativos morais e poéticos. Até ao fim, a sua voz disse as palavras da sua vida: liberdade, justiça, beleza, poesia, dignidade, esperança". 

Com Lusa