Paulo Rangel falava à agência Lusa à entrada para um debate sobre as europeias organizado pela concelhia do PSD/Porto, tendo considerado que o secretário-geral socialista, António José Seguro, "tem sistematicamente mostrado que não está à altura das responsabilidades" relativamente a uma questão "fundamental" para Portugal: a saída do programa de ajustamento.
"Porque não pode vir a ser primeiro-ministro de Portugal, nem pode dirigir um partido da oposição, alguém que sistematicamente procura sempre o lado pior, o lado mais negativo da situação portuguesa. Isso é uma coisa inaceitável", criticou.
O eurodeputado do PSD acusou Seguro de ter "sistematicamente uma conduta de quanto pior, melhor", na forma como "tem perspetivado a questão da saída de Portugal do programa de ajustamento".
"Primeiro com a afirmação da inevitabilidade do segundo resgate, segundo com a confusão entre um programa de resgate e uma chamada linha cautelar, terceiro com até o exacerbar de algumas das situações negativas portuguesas no exterior", enumerou.
Na opinião de Paulo Rangel, "este debate quinzenal (realizado hoje no parlamento) foi uma prova provada dessa atitude, uma atitude que às vezes parece que quanto pior, melhor". "Isto, por um lado, não cria condições para o consenso que era necessário e por outro lado coloca Portugal numa posição de maior fraqueza no plano europeu", condenou.
Questionado sobre a posição a tomar pelo cabeça de lista do PS, Paulo Rangel defende que Francisco Assis "devia claramente dizer qual é a sua posição sobre esta questão da saída do programa".
"Ele entretanto remeteu-se a um silêncio que acho que é comprometedor, embora eu compreenda o embaraço, porque quando tem o líder do partido numa estratégia de quanto pior, melhor, naturalmente eu compreendo o embaraço que o cabeça-de-lista tenha e penso que ele tem que se pronunciar sobre isto", desafiou.
Lusa