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Assis diz que a conferência da CE em Lisboa é primeiro momento de operação de branqueamento

O cabeça de lista do PS às eleições europeias,  Francisco Assis, considerou que a conferência organizada hoje pela Comissão  Europeia em Lisboa é "um primeiro momento cénico de uma grande operação  de branqueamento de uma política falhada". 

(LUSA/ ARQUIVO)

A conferência "Portugal: Rumo ao crescimento e emprego. Fundos e Programas  Europeus: solidariedade ao serviço da economia portuguesa" decorreu hoje  Lisboa, tendo contado com a presença do presidente da Comissão Europeia,  Durão Barroso, do Presidente da República, Cavaco Silva, e do primeiro-ministro,  Pedro Passos Coelho. 

"Creio que o que esta tarde se tem vindo a fazer em Lisboa é um primeiro  passo, um primeiro momento cénico de uma grande operação de branqueamento  de uma política falhada", criticou Francisco Assis, em declarações aos jornalistas,  no Porto. 

Com uma posição muito "crítica" quanto a esta conferência, o cabeça  de lista socialista afirmou que esta política económica que "produziu resultados  muito negativos" tem sido promovida "quer a partir dos centros de decisão  europeus, quer a partir dos centros de decisão nacionais". 

"Esta conferência, nos termos em que é apresentada, desvalorizando a  participação pluralista de outras visões da Europa e do país, é algo que  nos tem que merecer uma profunda e clara crítica", disse. 

Anuindo que esta situação se torna mais grave por este ser um período  pré-eleitoral, Assis recordou que o PS já tinha alertado que Portugal vai  assistir, nos próximos meses, "a uma luta entre a propaganda e a realidade".

"A realidade é aquela que nós percebemos todos os dias: um país mais  pobre, com uma economia mais débil, com maiores dificuldades. Mas a propaganda  vai tentar inventar um país diferente, com um discurso muito simplista e  um discurso perigosamente populista, até", comparou. 

No entanto, o cabeça de lista do PS disse estar "convencido que os portugueses  não se vão deixar iludir por estas manobras". 

Interrogado sobre a possibilidade de esta conferência também estar na  origem da preparação de uma candidatura presidencial de Durão Barroso, Francisco  Assis disse não se querer pronunciar sobre este tema. 

"Se é isso, é a pior maneira de lançar uma candidatura presidencial  porque a ser assim ficaria sempre inevitavelmente aplicada a um mau período  e a uma má política com resultados desastrosos para o nosso país", disse  apenas. 

A realização desta conferência já tinha merecido fortes críticas da  oposição, pela voz do dirigente socialista Carlos Zorrinho, que na quinta-feira  considerou que a conferência promovida pela Comissão Europeia pretende projetar  "uma verdade conveniente" sobre Portugal, excluindo vozes dissonantes. 


Lusa