País

Supremo suspende provisoriamente nomeação de juízes presidentes de comarcas

O arranque do novo mapa judiciário, marcado para 1 de setembro, pode estar comprometido. O Supremo Tribunal de Justiça aceitou duas providências cautelares contra a nomeação dos novos presidentes de pelo menos 4 comarcas.

(Lusa/Arquivo)
ESTELA SILVA

Em duas decisões datadas de hoje, o STJ decretou a "requerida suspensão  provisória" das nomeações que haviam sido feitas para juízes presidentes  das comarcas, suspendendo assim a eficácia das escolhas feitas por uma comissão  do Conselho Superior da Magistratura (CSM). 

As decisões do STJ tiveram como relatores os juízes conselheiros Armindo  Monteiro e Távora Victor e segundo fonte judicial contactada pela Lusa "irá  obrigar o CSM a analisar as consequências desta decisão do STJ, designadamente  a forma de nomeação pelo CSM dos juízes presidentes das comarcas". 

"Esta decisão é muito importante porque diz ao Conselho que tem de haver  um concurso transparente para a nomeação destas pessoas", referiu a mesma  fonte. 

O próprio vice-presidente do CSM, António Joaquim Piçarra, já havia  discordado dos critérios de escolha dos juízes presidentes de comarca, considerando  que a escolha destes devia basear-se em "critérios objetivos" e do "conhecimento  de todos", garantindo "total transparência e credibilidade nas escolhas".

A posição de António Joaquim Piçarra, divulgada recentemente, surgiu  depois da Associação Sindical dos Juízes Portugueses  ter alertado, em fevereiro,  para a necessidade de haver transparência total na nomeação daqueles juízes.

A entrada em vigor do novo mapa judiciário, que contempla 23 comarcas  e outros tantos juízes presidentes, está prevista para 1 de setembro. 

Com Lusa