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Fenprof acusa Ministério da Educação de encerrar escolas por razões economicistas

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) criticou ontem a decisão do Ministério da Educação de encerrar 311 escolas do 1. Ciclo, classificando-a como "uma decisão política que visa poupar dinheiro" extinguindo postos de trabalho docente.

LUSA

Em comunicado hoje enviado à Lusa, o secretariado nacional da federação  sindical acusa o Ministério da Educação e da Ciência (MEC) de anunciar "pela  calada do fim de semana" a decisão, que caracteriza como "mais um atentado  à Escola Pública", e de não revelar quais serão as escolas encerradas no  próximo ano letivo. 

"O MEC está a "esconder informação que não pode ser sonegada aos portugueses",  sustenta a Fenprof, frisando que "as principais vítimas serão as crianças  que frequentam" essas escolas. 

No texto, a entidade sindical defende que o MEC deve "explicações sobre  as razões por que pretende encerrar escolas, contrariando a posição dos  municípios atingidos" e sublinha que "este autêntico abate de escolas do  1. Ciclo por um único critério -- o número de alunos -- se arrasta há 12  anos e já levou ao encerramento de mais de 6.500 escolas" em todo o país.

"A Fenprofé contra o encerramento de escolas por razões economicistas  que, à falta de outras justificações, tem merecido apenas a do número de  alunos", lê-se no documento. 

"Para a Fenprof, o reordenamento da rede de escolas do 1. Ciclo do  Ensino Básico deve obedecer a vários requisitos, tais como: distância para  a escola de acolhimento, origem dos alunos (por vezes, oriundos de localidades  mais distantes, onde a escola já encerrou), tempo de duração da deslocação  diária e adequação do horário do transporte ao do funcionamento das atividades  dos alunos", enumera. 

Outros critérios deverão ser, segundo a entidade representante dos professores,  a "garantia de melhores condições de trabalho na escola de acolhimento,  a garantia de resposta social adequada, nomeadamente ao nível da ocupação  dos tempos livres das crianças, e o acordo das autarquias e das populações  que deixam de ter escola para as suas crianças". 

"Se estes requisitos se verificassem, decerto, o MEC teria divulgado  a listagem de escolas a encerrar. Como não o faz, tudo indica que, mais  uma vez, estamos perante uma decisão política que visa, essencialmente,  poupar dinheiro com a extinção de postos de trabalho docente, ainda que  daí decorram sacrifícios grandes para milhares de crianças", aponta. 

A federação sindical sublinha que "do MEC se exigiria transparência  e comportamento democrático, em vez de mais este atentado à Escola Pública".