País

Excluir das listas docentes que não fizeram prova de avaliação é "vingança", defende a Fenprof 

As listas de colocações de professores hoje  divulgadas representam para a Fenprof "um ato de vingança" do Ministério  da Educação para com os contratados que não fizeram a prova de avaliação,  ao excluírem quase oito mil docentes nestas condições. 

Escola Secundária Alves Martins, em Viseu.
NUNO ANDRE FERREIRA NUNO ANDRÉ FERREIRA

"Este ministério teve a distinta lata de excluir quase oito mil professores  por não terem feito essa coisa absolutamente idiota chamada PACC (Prova  de Avaliação de Capacidades e Competências), disse à Lusa o secretário-geral  da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, a propósito  da divulgação das listas de colocação de professores nas escolas. 

A Fenprof defendeu sempre que seria ilegal excluir estes professores  do concurso de contratação, uma vez que se abriram as candidaturas numa  altura em que todos os procedimentos relacionados com a PACC se encontravam  suspensos por ordem judicial. 

A aprovação na PACC é condição fundamental para que todos os docentes  contratados com menos de cinco anos de serviço possam concorrer a um lugar  nas escolas. 

Para Mário Nogueira, a exclusão de perto de oito mil docentes, segundo  contas da federação sindical, "é uma vingança, um castigo" do ministério  para "os professores que desobedeceram não fazendo a prova". 

A Fenprof manifestou-se disponível para apoiar juridicamente todos os  docentes contratados excluídos por não terem feito a PACC e que pretendam  avançar para tribunal para impugnar as listas e as colocações. 

Ainda de acordo com as contas da Fenprof, o saldo entre aposentações  e rescisões e entradas nas escolas aponta para uma "destruição de mais de  5 mil postos de trabalho para professores" este ano letivo nos estabelecimentos  escolares, e defendeu que os milhares hoje colocados não podem ser considerados  "um número residual" tendo em conta a proximidade da abertura do ano letivo,  que acontece dentro de dois dias, a 11 de setembro. "Há professores que se vão apresentar nas escolas no mesmo dia dos alunos",  criticou o sindicalista. 

Mário Nogueira disse também que a Fenprof detetou pelo menos duas escolas  na Amadora que não constam das listas, quando havia vagas para preencher  nesses estabelecimentos. 

Quase 6.750 professores foram hoje colocados nas escolas, na sua maioria  professores dos quadros do Ministério da Educação, mas, ainda assim, o ano  arranca com 917 docentes efetivos sem turmas atribuídas. 

De acordo com os dados divulgados hoje pelo Ministério da Educação e  Ciência (MEC), dos "4.405 docentes dos quadros opositores à mobilidade interna,  foram colocados 3.488", ou seja, quase 3.500 professores que não tinham  horários atribuídos nas escolas ou agrupamentos a que pertencem conseguiram  colocação noutra escola para lecionar. "Caiu assim para menos de metade (917) o número de docentes que estão  transitoriamente sem componente letiva, em relação ao número equivalente  no ano passado", refere o MEC, em comunicado. 

No total, foram hoje colocados nas escolas 6.744 docentes, dos quais  3.488 são dos quadros e 3.256 são contratados. 

 

     

 

Lusa