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Portugal entre os melhores nas políticas contra alterações climáticas

Portugal subiu sete posições e está entre os 10 países industrializados com melhores desempenhos quanto às políticas relacionadas com as alterações climáticas, segundo um índice cujos resultados são hoje conhecidos.

Portugal entre os melhores nas políticas contra alterações climáticas
© Rafael Marchante / Reuters

O índice do Climate Change Performance Index (CCPI) mais atual é apresentado hoje na 22.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, a decorrer em Marraquexe, Marrocos. Coloca Portugal em 11.º lugar, o equivalente a um 8.º já que os três primeiros lugares não foram preenchidos, e é uma subida de sete lugares relativamente ao ano passado.

O CCPI 2017, este ano em 12.ª edição, é da responsabilidade da organização não-governamental de ambiente GermanWatch e da Rede Europeia de Ação Climática. A classificação compara o desempenho de 58 países que, no total, são responsáveis por mais de 90% das emissões de dióxido de carbono associadas à energia.

Tem por objetivo aumentar a pressão política e social, nomeadamente dos países que não têm feito o trabalho necessário no que respeita às alterações climáticas, como explica em comunicado a Zero - Associação Sistema Terrestre Sustentável, que faz parte da Rede Europeia de Ação Climática.

Explica a Zero que a metodologia se centra essencialmente em indicadores objetivos, sendo 80% da avaliação baseada em indicadores de emissões, eficiência (energética) e recurso a energias renováveis.

Os outros 20% baseiam-se na avaliação de cerca de 280 peritos dos países analisados. Em Portugal foram consultados peritos da Zero e da GEOTA, outra organização ambientalista. A ZERO explica no comunicado que há na opinião dos peritos "uma insatisfação generalizada" quanto às medidas tomadas pelos países para assegurarem um aumento de temperatura global inferior a 2/1,5 graus em relação à era pré-industrial.

O CCPI 2017 (que se centra especialmente na política nas áreas das energias renováveis e da eficiência energética) mantém Portugal no mesmo nível quanto às emissões, penaliza o país pelo peso do uso do carvão nas centrais térmicas, regista uma melhoria quanto ao tráfego rodoviário, à eficiência energética e ao uso das energias renováveis, e penaliza o "recente desinvestimento" na área.

No que Portugal melhora muito, nota a Zero, é na política climática internacional, nomeadamente por ter sido dos primeiros países a ratificar o Acordo de Paris, embora seja penalizado quanto à política climática nacional, "por ser revelar pouco ambicioso em relação aos objetivos a atingir, ficando-se por compromissos que praticamente já atingiu".

Marrocos, país anfitrião da Cimeira, está na 8.ª posição e é um líder no continente africano, nomeadamente pelos investimentos significativos em energias renováveis e pelos objetivos ambiciosos a médio e longo prazo.

A França, na 4.ª posição, lidera o índice (não foram preenchidos os três primeiros lugares), resultado da diplomacia que permitiu o Acordo de Paris sobre o clima, no ano passado. A Suécia e o Reino Unido sucedem-se à França.

Lusa