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Museu do Holocausto nos EUA condena discurso de ódio em encontro de nacionalistas brancos

O museu do Holocausto nos Estados Unidos afirmou estar "profundamente alarmado" com o discurso de ódio proferido num encontro de nacionalistas brancos, no sábado, em Washington, a alguns quarteirões de distância do museu.

Museu do Holocausto nos EUA condena discurso de ódio em encontro de nacionalistas brancos
reuters

Em comunicado, divulgado no 'site' do museu na segunda-feira, a instituição refere notícias difundidas na imprensa norte-americana sobre a intervenção de Richard Spencer, líder do Nacional Policy Institute (Instituto de Política Nacional).

Responsável pela organização desta conferência, o Nacional Policy Institute é um "think-tank" que pertence ao movimento da "direita alternativa" ("alt-right"), que inclui neonazis, supremacistas brancos e antissemitas.

"O Holocausto não começou com mortes, começou com palavras", afirmou o museu, apelando a todos os cidadãos norte-americanos e líderes políticos e religiosos, para denunciar ideologias racistas e discursos de ódio.

De acordo com o comunicado do museu, Richard Spencer usou referências diretas e indiretas sobre os judeus e outras minorias, recorrendo a conceitos nazis.

"A América era, até esta última geração, um país branco, concebido para nós e para os nossos descendentes. É uma criação nossa e a nossa herança pertence-nos", declarou.

Spencer afirmou que os Estados Unidos pertenciam aos brancos, cujo desafio é "conquistar ou morrer", uma declaração que faz eco da ideologia de Adolf Hitler sobre os judeus e de que a história é uma luta racial pela sobrevivência.

No fim da Segunda Guerra Mundial, o regime nazi e colaboradores tinham assassinado seis milhões de judeus e milhões de outros civis inocentes, como ciganos, homossexuais, latinos e opositores políticos, entre outros.

Na segunda-feira, a equipa de transição do Presidente eleito dos Estados Unidos afirmou que Donald Trump sempre denunciou o racismo, indicou a cadeia de televisão norte-americana CNN.

"O Presidente eleito Trump tem denunciado qualquer forma de racismo e foi eleito porque será um líder para todos os americanos", afirmou, em comunicado, Bryan Lanza, porta-voz da equipa de transição.

A conferência de sábado levou dezenas de manifestantes a bloquear o trânsito na zona em redor do edifício para protestar contra o encontro.