De acordo com uma nota publicada na página oficial da PGD do Porto na Internet, os factos ocorreram pelo menos em cinco situações, em 2014 e 2015, nas instalações de um Centro de Saúde do distrito de Aveiro, e tiveram como vítimas raparigas com idades entre os 11 e os 18 anos.
Segundo a mesma nota, as filmagens eram obtidas através de um telemóvel que o médico colocava em cima da sua secretária "dissimulado" dentro de um estojo transparente.
A PGD refere que o médico começava a consulta, solicitando às pacientes que subissem as camisas até à parte de cima do soutien, iniciando a auscultação do peito e costas.
"Seguidamente, ele próprio desapertava o soutien das jovens expondo os respetivos seios, prosseguindo as manobras de auscultação, sempre em posições que permitissem o registo das imagens pela câmara do telemóvel", refere a PGD.
Na posse das imagens assim obtidas, o arguido descarregava-as para ficheiros e pastas nos computadores que tinha em sua casa e outros dispositivos de armazenamento de dados.
Numa busca domiciliária, foram encontrados na casa do arguido, em vários computadores e múltiplos dispositivos de armazenamento, imagens e filmes de caráter pornográfico, alguns deles relativos a jovens adolescentes do sexo feminino.
Na acusação, deduzida a 6 de dezembro, o MP requereu que o arguido ficasse impedido de exercer a profissão de médico, quer no âmbito público quer privado, até ao início do julgamento.
O médico está acusado da prática de cinco crimes de devassa da vida privada, em concurso aparente com outros tantos de gravação ilícita e um de pornografia de menores.
Lusa