"No Programa Nacional de Reformas estão inscritos objetivos muito concretos que nós temos de cumprir. Para isso temos de trabalhar todos, temos de trabalhar com as comunidades educativas, com as autarquias e com as comunidades envolventes das escolas, para poder alcançar esses ambiciosos objetivos", disse Tiago Brandão Rodrigues.
O ministro esclareceu que muitos portugueses poderão completar o ensino secundário através de cursos profissionais, com dupla certificação, no âmbito do programa `Qualifica´, lançado em 06 de março, que se destina à educação e formação de adultos e que poderá abranger cerca de 600.000 pessoas até 2020.
O ministro da Educação falava à agência Lusa depois de presidir à sessão de abertura do encontro `Sucesso Escolar - Desafios e Soluções partilhadas entre escolas e autarquias´, que reuniu mais de 300 pessoas, incluindo representantes de escolas, comunidades educativas e autarquias de todo o país, na Escola Superior de Ciências Empresariais do Instituto Politécnico de Setúbal.
No encontro, em que também participou o Ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, o ministro da Educação sublinhou a importância de se partilharem as boas experiências de algumas comunidades educativas e lembrou que o governo vai disponibilizar recursos adicionais para a concretização de projetos locais que visam promover o sucesso escolar.
"Temos escolas a contarem a sua experiência no programa nacional de promoção do sucesso escolar, um programa lançado pelo Ministério da Educação, que dá recursos adicionais às escolas, recursos humanos e recursos financeiros, para que possam cumprir as medidas que identificam localmente e que podem, de certa maneira, alavancar a promoção do sucesso escolar e a equidade", disse.
"É preciso pensar que ninguém melhor do que as comunidades educativas entende quais são as formas e as ferramentas para alavancar o sucesso escolar. E, nesse sentido, muitas comunidades educativas tem apresentado projetos, muitas vezes coadjuvadas pelas autarquias", acrescentou.
De acordo com o ministro, as escolas "estão a fazer melhor, a identificar as vicissitudes e os problemas", mas também estão a identificar as "fortalezas de muitas comunidades e a apoiarem-se no histórico de bem-fazer dessas comunidades". Questionado pela agência Lusa, Tiago Brandão Rodrigues reconheceu que as dificuldades económicas de muitas famílias constituem um dos grandes obstáculos para o sucesso escolar de muitas crianças, mas garantiu que o governo está a avançar com medidas para que haja "coesão social e territorial e para que a educação se possa transformar naquilo que é verdadeiramente: o único elevador social".
A universalização do ensino pré-escolar e também a distribuição de manuais escolares para todas as crianças do primeiro ciclo já no próximo ano letivo, foram algumas medidas referidas pelo ministro, que defendeu a necessidade de se encontrarem "respostas para os alunos que têm dificuldades de alguma ordem, através da Ação Social Escolar, intensificando a Ação Social Escolar".
"É isso que estamos a fazer com uma panóplia enorme de medidas. Para que a iniquidade seja cada vez mais vestigial nas nossas comunidades educativas e para que a equidade seja parceira necessária do sucesso escolar", disse.
O governo considera a educação como um "desígnio nacional" e defende que o sucesso escolar exige o compromisso de todos, da escola, dos professores, das autarquias e da sociedade.
Lusa