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PSD acusa Governo de "entradas de leão e saídas de ratinho" com Dijsselbloem

O PSD acusou esta quarta-feira o Governo de ter "entradas de leão" a pedir a demissão do presidente do Eurogrupo e "saídas de ratinho" por não ter pedido a demissão na última reunião de ministros das Finanças, em Malta.

PSD acusa Governo de "entradas de leão e saídas de ratinho" com Dijsselbloem
JOS\303\211 SENA GOUL\303\203O

"Porque se calou o Governo?", perguntou o líder parlamentar social-democrata, Luís Montenegro, a António Costa no debate quinzenal com o primeiro-ministro, que escolheu as questões sociais como tema central.

Da parte do PSD, quem fez as perguntas esta quarta-feira foi Luís Montenegro, sentado ao lado do presidente do partido, Pedro Passos Coelho, que usou parte do tempo para questionar Costa sobre a "figura algo ridícula" do secretário de Estado das Finanças, Mourinho Félix, que confrontou Joeren Dijsselbloem, à margem da reunião de Malta, na semana passada.

Costa respondeu que Mourinho colocou a questão "com muita firmeza" a Dijsselbloem,provocando risos nas bancadas da oposição, afirmando que o Governo não anda a repetir todos os dias o que já tornou público nem aquele era o momento nem "a circunstância", em Malta, para se fazer esse pedido de demissão.

"Em Lisboa, tem entradas de leão, a pedir a cabeça do presidente do eurogrupo. Nas reuniões em Bruxelas, em La Valleta, aí tem saídas de ratinho", ironizou Luís Montenegro.

Depois da conversa com o secretário de Estado, o presidente do Eurogrupo comentou a sua estranheza por o Governo português não ter pedido da sua demissão na reunião em La Valleta.

António Costa motivou ainda sonoros protestos dos deputados do PSD quando lembrou o tempo em que "os ministros portugueses se ajoelhavam aos seus colegas" nas reuniões europeias.

Montenegro começou o debate a falar de "mais uma reversão" do Governo da "geringonça" com a reforma do arrendamento urbano que representa um "congelamento das rendas", fez abrandar a reabilitação urbana e pode fazer aumentar o valor médio das rendas. E acusou António Costa de se esconder atrás do PS depois de ter dito que, se fosse deputado, teria vota a alteração da lei ao lado da bancada socialista. "Sem ofensa", o chefe do Governo fez "uma graça" para dizer que seria uma "claustrofobia democrática" ir ao parlamento tentar "condicionar a maioria parlamentar".

O debate entre os dois não terminou sem antes Montenegro apontar às "nuances" de discurso de António Costa sobre eventuais atrasos na criação de "um veículo" ou "banco mau" para o "crédito mal-parado" da banca portuguesa.

O primeiro-ministro acusou o PSD de ter atrasado "vários anos" esse processo e afirmou que os sociais-democratas "não perdem pela demora".

Por duas vezes, António Costa apontou à bancada social-democrata para dizer que, sobre as longas reformas contributivas, o PSD "não disse nada, zero".

Lusa