País

Adesão à greve dos enfermeiros chega aos 85%, garante sindicato

A adesão à greve dos enfermeiros aumentou hoje de manhã, com uma subida de 80 para 85%, segundo o Sindicato dos Enfermeiros, que falou nalguns incidentes de marcação de faltas injustificadas e do encerramento dos serviços programados.

Enfermeiros manifestam-se em frente aos Hospitais da Universidade de Coimbra, para demonstrar o descontentamento face à atual situação da carreira, no âmbito da semana de greve que hoje iniciam.
Enfermeiros manifestam-se em frente aos Hospitais da Universidade de Coimbra, para demonstrar o descontentamento face à atual situação da carreira, no âmbito da semana de greve que hoje iniciam.
PAULO NOVAIS

Última atualização às 10:49

"A adesão à greve aumentou. Ontem à noite estava em 80% e hoje de manhã aumentou para 85%", disse à Lusa o presidente dos Sindicato dos Enfermeiros, José de Azevedo.

O responsável relatou ainda alguns incidentes, como a marcação de faltas injustificadas nas Caldas da Rainha, o que o gabinete de comunicação do hospital entretanto desmentiu à SIC.

José Azevedo disse também que em Faro, não foi deixada permanecer no serviço a enfermeira que estava de greve em Faro e que é a chefe da sala de partos.

"Fora essas situações, a greve está a correr bem", referiu José de Azevedo, que falava durante uma manifestação em que participava junto ao Hospital de S. João, no Porto

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A greve foi marcada pelo Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem (SIPE) e pelo Sindicato dos Enfermeiros (SE) para o período entre as 00:00 de hoje e as 24:00 de sexta-feira.

José Azevedo disse ainda que a greve afeta os serviços programados, que estão encerrados, mas garante que os enfermeiros estão a assegurar os cuidados primários nas situações em que há tratamentos urgentes a fazer nos domicílios.

"Tudo o que é programado está encerrado. A pediatria, a psiquiatria e a urgência, como as urgências de unidades de cuidados intensivos, não têm serviços mínimos", afirmou.

Os enfermeiros reivindicam a introdução da categoria de especialista na carreira de enfermagem, com respetivo aumento salarial, bem como a aplicação do regime das 35 horas de trabalho para todos os enfermeiros, mas a Secretaria de Estado do Emprego considerou irregular a marcação desta greve, alegando que o pré-aviso não cumpriu os dez dias úteis que determina a lei.

Apesar disso, os enfermeiros mantiveram a greve nacional, invocando a recusa do Ministério da Saúde em aceitar a proposta de atualização gradual dos salários e de integração da categoria de especialista na carreira.

Lusa