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Manifestação em Lisboa fecha semana de protesto dos enfermeiros

Os enfermeiros cumprem hoje o último de cinco dias de greve nacional e juntam aos vários protestos que têm realizado pelo país uma concentração junto à Assembleia da República.

Manifestação em Lisboa fecha semana de protesto dos enfermeiros
RODRIGO ANTUNES

No dia em que se comemoram os 38 anos da criação do Serviço Nacional de Saúde (SNS), os enfermeiros pretendem fazer chegar o protesto ao parlamento.

Durante os quatro primeiros dias de greve a adesão dos profissionais tem andado em valores entre os 80 e os 90%, segundo o Sindicato dos Enfermeiros, que marcou a paralisação em conjunto com o Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem.

Várias cirurgias programadas foram adiadas e muitas consultas canceladas.

Os enfermeiros reivindicam a introdução da categoria de especialista na carreira de enfermagem, com respetivo aumento salarial, bem como a aplicação do regime das 35 horas de trabalho para todos os enfermeiros, mas a Secretaria de Estado do Emprego considerou irregular a marcação desta greve, alegando que o pré-aviso não cumpriu os dez dias úteis que determina a lei.

Esta irregularidade da marcação determinada pelo Governo pode levar à marcação de faltas injustificadas aos enfermeiros que aderiram ao protesto.

O braço de ferro entre enfermeiros e Ministério da Saúde prolonga-se desde julho, com a reivindicação da integração da categoria de especialista na carreira.

Os enfermeiros de saúde materna e obstetrícia realizaram já dois protestos em que não cumprem os serviços especializados para os quais ainda não são pagos, o que afetou blocos de parto e maternidades.

Este protesto dos enfermeiros especialistas, diferente desta greve de cinco dias entretanto convocada, foi contestado pelo ministro da Saúde, que chegou a pedir um parecer à Procuradoria-Geral da República, que considerou a forma de paralisação como ilegal.

Já antes o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, havia manifestado dúvidas quanto à legalidade do protesto dos enfermeiros especialistas, por poder afetar serviços de urgência, como são os partos.Recorde-se que numa greve os profissionais de saúde cumprem sempre serviços mínimos, entre os quais estão englobados os serviços de urgência.

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, deu o seu apoio ao protesto dos enfermeiros especialistas, bem como à greve convocada por dois dos sindicatos de enfermeiros. De fora desta paralisação ficou o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.

Lusa