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"O resultado foi mau e foi pesado"

Pedro Passos Coelho confirmou esta terça-feira que não se irá recandidatar a um novo mandato como presidente do PSD. Passos justificou a saída com os resultados das autárquicas e por entender que será mais vantajoso para o partido ter uma nova liderança. O líder social-democrata reconheceu ainda que os resultados eleitorais foram "maus e pesados".

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"Se eu permanecesse vitorioso à frente do PSD, como líder do PSD, em vez de estar a construir uma alternativa de Governo, estaria em permanência a combater o preconceito e a ideia feita de que estava agarrado ao poder do partido e de que estava a resistir ceder o lugar a quem tem melhores ideias, melhores estratégias para levar o partido a melhor porto", justificou Pedro Passos Coelho, numa intervenção perante o Conselho Nacional, aberta à comunicação social.

Passos Coelho reiterou que não se demitirá na sequência de eleições locais e assegurou que "o partido não ficará em gestão".

"Mas como não saio ileso deste resultado não posso deixar de tirar dele consequências para futuro", disse. Torna-se "muitíssimo claro" que essa consequência "se exprime na decisão de não me apresentar a uma recandidatura", acrescentou.

Passos Coelho foi, até esta terça-feira, o segundo presidente do PSD mais duradouro, logo atrás de Cavaco Silva, dez anos líder do partido, e à frente de Durão Barroso, que exerceu essas funções por cinco anos.

À frente do PSD desde 26 de março de 2010, e reeleito em 2012, 2014 e 2016, sem nunca ter tido oposição interna organizada, Passos Coelho exerceu o cargo de primeiro-ministro entre junho de 2011 e novembro de 2015, em dois Governos sucessivos em coligação com o CDS-PP, embora o segundo tenha durado menos de um mês, na sequência do chumbo do programa do executivo no parlamento pela esquerda.

No primeiro executivo, o líder do PSD governou a maior parte do tempo sob assistência financeira externa, na sequência do pedido de resgate de 2011, ainda por um Governo socialista. Essa coligação voltou a ser a força mais votada nas eleições legislativas de 04 de outubro de 2015, com 38,5% dos votos, mas PSD e CDS-PP perderam a maioria absoluta na Assembleia da República, o que acabou por ditar o destino desse Governo minoritário.

Já na oposição, Passos Coelho foi reeleito líder do PSD em março de 2016, com 95% dos votos, novamente sem adversários, embora ao longo dos últimos dois anos tenham sido vários os críticos assumidos à estratégia da direção, nomeadamente o ex-presidente da Câmara Rui Rio que já era dado como certo na disputa da liderança antes das autárquicas.

Com Lusa