País

Aldeias evacuadas, estradas cortadas e sete grandes fogos no país

Nesta altura há seis grandes fogos no país, segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil. Os fogos na Sertã, em Óbidos e Amarante foram dominados esta madrugada, mas continuam ativos seis incêndios de grande dimensão, incluindo o de Pampilhosa da Serra, que está a ser combatido por 570 operacionais e já obrigou à evacuação de várias aldeias no distrito de Coimbra. também em Mortágua e de Anadia foram evacuadas várias aldeias, por precaução, devido ao incêndio que lavra naquela zona desde o princípio da tarde de sábado.

Aldeias evacuadas, estradas cortadas e sete grandes fogos no país
PAULO NOVAIS

A ordem de evacuação já soou em Torrozela, Salgueiro, Caratão, Monte Redondo, Adela e Aguadalte, no distrito de Coimbra devido ao avanço das chamas que continuam incontroláveis nas várias frentes do concelho de Pampilhosa da Serra e Arganil.

As chamas, que deflagraram pelas 23:20 de sexta-feira continuam a arder com intensidade, disse à agência Lusa o comandante Miguel Oliveira, da ANPC, adiantando que a situação "não está fácil".

A floresta é muito densa e a matéria combustível arde com muita facilidade porque está cada vez mais seca, explicou o responsável, salientando que o país está sob condições meteorológicas atípicas para esta altura do ano, que, além disso, tem tido um prolongado período de seca.

O fogo, que teve início em povoamento florestal próximo de Castanheiro, localidade da freguesia de Fajão e Vidual, no município de Pampilhosa da Serra, estava, pelas 10:15 de hoje, a ser combatido por 570 operacionais, apoiados por cerca de 170 veículos e três meios aéreos, dois dos quais pesados.

As estradas nacionais 344, 508 e 544 mantém-se interditas ao trânsito, naquela região, de acordo com a mesma fonte.

Na povoação de Santa Cristina, no município de Mortágua, foram deslocados sete idosos, que, entretanto, foram alojados no lar da Santa Casa da Misericórdia daquela vila do distrito de Viseu, onde pernoitarão, disse à Lusa o comandante Pedro Araújo, da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).

Casas dispersas e isoladas foram igualmente evacuadas, adiantou Pedro Araújo, precisando que no caso da aldeia de Escoural, no concelho de Anadia (distrito de Aveiro), que esteve cercada pelas chamas, os habitantes não foram retirados por os responsáveis terem considerado ser melhor fazer a proteção das habitações da localidade, com a deslocação de meios para o local.

Durante o combate às chamas, que tiveram origem em povoamento florestal da freguesia de Espinho, no concelho de Mortágua, pelas 14:14 de sábado, um homem, residente naquela região, sofreu queimaduras ligeiras nos membros superiores, tendo sido transportado para os Hospitais da Universidade de Coimbra.

O Plano Municipal de Emergência de Mortágua foi ativado pelas 19:50 de sábado, no sentido de mobilizar e facilitar a deslocação de todos os meios disponíveis no concelho para auxiliarem nas operações de combate ao fogo, acrescentou.

O comandante Pedro Araújo antevê uma "noite de muito trabalho" para os bombeiros, não adiantando qualquer previsão sobre a evolução do incêndio, ainda que o arrefecimento noturno possa atenuar a rapidez e violência com que as chamas têm estado a progredir.

Pelas 00:40 de hoje, o fogo nos concelhos de Mortágua e de Anadia era combatido por cerca de 330 operacionais, apoiados por mais de uma centena de meios terrestres, de acordo com a página da ANPC na internet.

À mesma hora, registavam-se no território do continente um total de 67 incêndios, que mobilizavam perto de 2.800 operacionais e mais de 800 viaturas.Daqueles fogos, 33 estavam em fase de conclusão, 15 em resolução e 19 ativos, sendo os de Mortágua/Anadia e de Pampilhosa da Serra/Arganil, no distrito de Coimbra, aqueles que, na região Centro, atingiam maiores proporções e mais preocupação suscitavam à Proteção Civil.