Só o consumo dos antidepressivos mais que duplicou em 2016. Venderam-se 11,8 milhões de embalagens quando em 2013 o número registado rondava os 5,6 milhões.
De acordo com o documento, o ano passado, nove em cada 100 utentes que se deslocavam aos centros de saúde, apresentavam sintomas de depressão.
O documento repete o alerta para uso elevado de tranquilizantes e potenciais efeitos de dependência. Ao contrário dos antidepressivos estas drogas criam dependência e atuam apenas nos sintomas. Já em relação ao consumo de tranquilizantes e medicamentos para controlar o défice de atenção e a hiperatividade em crianças e jovens regista-se uma descida ténue redução em 2016 mas continua a ser elevado.
O bastonário da Ordem dos Psicólogos lamenta a falta de estratégia e de intervenção preventiva que evite o aumento de consumo de psicofármacos, considerando que algumas vezes são apenas uma solução mais rápida, mas que só promove a redução de sintomas.
O bastonário recorda que no Serviço Nacional de Saúde (SNS) existe apenas um psicólogo para cada 16.500 utentes e que são precisos mais.
Hoje vai ser assinado um protocolo entre o Governo e a Ordem dos Psicólogos para promover o recurso a estes profissionais e combater o recurso excessivo a psicofármacos.
"Trata-se efetivamente de investimento. Porque na área da saúde mental, ao investirmos, estaremos a prevenir tanto o sofrimento das pessoas como a prevenir outros custos, como com psicofármacos", referiu o bastonário à Lusa.
Com Lusa