"Na sequência das comunicações recebidas até ao momento, foram instaurados inquéritos nos DIAP das comarcas onde ocorreram os incêndios", refere uma resposta escrita enviada na noite desta segunda-feira pela PGR.
"Assim, foram instaurados inquéritos autónomos por referência aos vários incêndios e respetivas consequências, sendo que o Ministério Público continua a acompanhar a situação, com vista a desencadear todos os procedimentos legalmente previstos que se mostrem adequados. Nas investigações, o Ministério Público é coadjuvado pela Polícia Judiciária", acrescenta a PGR.
As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram, segundo o balanço das 19:30, pelo menos 36 mortos, sete desaparecidos e 62 feridos, dos quais 15 graves, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.
Além da morte de um ferido grave no distrito de Viseu, que elevou para 36 o número de óbitos, registaram-se mortos em Vouzela (seis), Carregal do Sal (um), Nelas (um), Oliveira de Frades (um), Santa Comba Dão (cinco), Tondela (três) e na Autoestrada 25 (um).
No distrito de Coimbra estão contabilizados mortos em Penacova (dois), Oliveira do Hospital (cinco), Arganil (quatro) e Tábua (três). No distrito da Guarda morreram duas pessoas e no de Castelo Branco registou-se uma morte.
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios.
Portugal acionou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.
Lusa