Foi através das redes sociais que a ideia da "Manifestação Silenciosa: Portugal Contra os Incêndios" surgiu. O protesto está marcado para o próximo sábado às 16:00 na Praça Luís de Camões, em Lisboa. No Porto é à mesma hora, no mesmo dia e o ponto de encontro é a Avenida dos Aliados.
No evento do Porto, criado no Facebook, pode ler-se que é tempo de lutar "por um planeamento de defesa e proteção florestal". No evento de Lisboa, criado na mesma rede social, é dito: "o país está de rastos com mais uma vaga de incêndios. Queremos ver mudança nas políticas de prevenção!".
O objetivo destes protestos é exigir que as medidas de prevenção e de combate a incêndios sejam executadas corretamente, de forma a não haver mais falhas.
Pelo menos mais dois protestos estão marcados para Lisboa e Porto no fim de semana: "Basta! Por um Futuro Sustentável!", no sábado às 18:00 e "Pela Defesa Da Nossa Floresta E Solidariedade Pelos Que Sofrerem", no domingo.
Para hoje estão já marcados dois protestos em Lisboa: "Todos a Belém" e "Vão de férias - Protesto Civil e apartidário".
“Vamos fazer sentir com a nossa presença a repulsa pelo que está a ocorrer e disso dar conta ao Presidente com a nossa presença. Chega de inação”, lê-se no primeiro evento, agendado para as 19:30, junto ao Palácio de Belém. O segundo está marcado para o mesmo local e há mesma hora "contra a incompetência e desresponsabilização política", pode ler-se na publicação do Facebook. Amanhã os dois movimentos vão juntar-se: "Serão no mesmo sítio e há mesma hora, juntos fazemos mais barulho!".
Várias outras manifestações pacíficas em solidariedade para com as vítimas e lesados pelos incêndios que têm afetado Portugal, marcadas também pela rede social Facebook, vão ocorrer noutros pontos do país, como Braga e Leiria, esta última designada "Todos Juntos pela Reflorestação do Pinhal de Leiria", devido ao desaparecimento de 80% da Mata Nacional da Marinha Grande, que foi devastada pelo fogo.
Em declarações hoje à agência Lusa, Sónia Cunha, de Mondim de Basto, no distrito de Vila Real, contou que decidiu avançar com uma manifestação de solidariedade para com as vítimas dos incêndios depois de ver a cobertura televisiva dos fogos.
"Fiquei cansada de ver tanta desgraça na televisão, de ver comentários no Facebook e sem ver ninguém a tomar uma atitude. Por isso, eu, individualmente - não há nem movimentos nem partidos por trás da iniciativa - decidi avançar para um protesto pacífico", explicou.
Sónia Cunha esclareceu que o objetivo do manifesto de descontentamento e de pesar é prestar solidariedade às vítimas, famílias e também aos operacionais que estiveram envolvidos no combate aos incêndios.
"Pedimos às pessoas que no domingo às 11:00 vistam camisolas brancas e vão para as principais praças da cidade de todo o país para silenciosamente e pacificamente se manifestarem em sinal de respeito e solidariedade", disse.
Sónia Cunha explicou que entretanto teve conhecimento de que existem mais manifestações marcadas para Lisboa e Porto no fim de semana e já contactou através das redes sociais os organizadores para que se juntem todos num só protesto por todo o país e à mesma hora.
"Estou a aguardar contacto dos organizadores de outros eventos do género marcados para sábado em Lisboa e no Porto para ver se é possível. Teria seguramente outro impacto", disse.
O jornal Expresso noticia hoje a manifestação "De luto e em silêncio: por todas vítimas, por todas as casas destruídas, por todas as árvores ardidas" a realizar no sábado nas sedes de concelho e Parlamento à mesma hora em que decorre a reunião extraordinária do Conselho de Ministros.
Estas manifestações convocadas através do Facebook surgem na sequência da devastação provocada pelos incêndios em Portugal e no seguimento de um protesto que decorreu segunda-feira na Galiza contra os fogos florestais que causaram a morte a quatro pessoas.
As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 36 mortos, sete desaparecidos e 62 feridos, dos quais 15 graves, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.
Com Lusa