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Os Verdes exigem "margem orçamental" para tornar floresta prioritária

O Partido Ecologista Os Verdes (PEV) exigiu margem orçamental para que a floresta seja uma prioridade e criticou PSD, CDS e PS e os seus sucessivos Governos por nunca terem dado a devida atenção à floresta.

Os Verdes exigem "margem orçamental" para tornar floresta prioritária
Pedro Nunes/ Reuters

"A insistência do PEV para tornar a floresta portuguesa mais resiliente, só não obteve resposta mais cedo porque os sucessivos Governos, da responsabilidade do PSD, do CDS e do PS, não tomaram esta matéria como prioridade, sendo que o último tomou medidas, de todos conhecidas, para fragilizar ainda mais a floresta", referem Os Verdes, em comunicado, enviado à Lusa na noite de terça-feira, acrescentando que essas "foram décadas perdidas".

Reagindo à comunicação ao país do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sequência dos incêndios que afetaram o país nos últimos dias e que provocaram, pelo menos, 41 mortos, Os Verdes pedem mais dinheiro para a floresta.

"Não podemos aceitar que os meios necessários para o efeito fiquem dependentes da condição que o próprio Presidente da República assumiu aceitar: "se houver margens orçamentais". Não se trata de saber se há margem orçamental - a questão está mesmo em criar a margem orçamental necessária para dar prioridade à floresta", referem Os Verdes.

O PEV diz que nesta legislatura, e face à nova composição parlamentar, "exigiu do Governo, logo no início da legislatura, decisões sobre mudanças estruturais na floresta portuguesa".

O país, segundo o PEV, "precisa de uma convergência de esforços urgente e visíveis para que as tragédias ocorridas não se voltem a repetir, com a consciência de que o fenómeno das alterações climáticas está a afetar o mundo e também o nosso país".

"Por isso, Os Verdes acompanharão todas as propostas que, de forma séria e construtiva, contribuam para resolver os problemas da floresta e distanciar-nos-emos daquelas que não passam de meros exercícios de estratégia partidária", salienta o comunicado.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 41 mortos e 69 feridos, 55 dos quais ligeiros e 14 graves, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas. Uma pessoa está ainda desaparecida.

O Governo decretou três dias de luto nacional, entre hoje e quinta-feira.Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, em junho, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.

Lusa