Em Braga, no terceiro dia de encontros com os autarcas dos municípios afetados pelos incêndios do fim de semana, Pedro Marques explicou que os apoio aquelas zonas e populações "não pode estar orçamentado" ainda. No entanto garantiu que todos os instrumentos, "nomeadamente fundos comunitários" vão ser mobilizados.
"Os riscos [relacionados com a chuva] existem, não vale apenas ignorá-los, mas obviamente temos todos a responsabilidade - e os municípios em geral estão atentos - para os riscos dos deslizamentos de terras. Temos que estar todos a trabalhar muito rapidamente para tentar minimizar, tanto quanto possível, esses riscos. É uma questão real, que existe", admitiu o governante.
Segundo Pedro Marques, um dos pontos que os responsáveis das áreas afetadas têm "sinalizado" é a "importância de não começar a fazer um corte desordenado da madeira ardida porque, muitas vezes, é isso que está a reter os solos".
"A Proteção Civil, a própria Infraestruturas de Portugal, começa a fazer limpezas, consolidação dessa matéria ardida quando ela tem que ser feita", apontou o ministro.
Quanto ao levantamento dos danos materiais causados pelo fogo que assolou o norte e o centro do país no sábado e no domingo, o ministro voltou a apontar o prazo de "duas ou três semanas" para concluir aquela contabilidade mas, lembrou, que os "instrumentos" de apoio estão identificados.
"Não pode estar orçamentado [no total dos danos] se tivemos os fogos na semana passada e só agora estamos a fazer um levantamento do que está em causa. De qualquer modo, quanto aos instrumentos relativos à resiliência das zonas florestais, aos pontos de água, à questão dos caminhos florestais e à própria reflorestação, os instrumentos de apoio da parte do Estado são aqueles que estão contidos no Plano de Desenvolvimento Rural. E esses são instrumentos adequados e suficientes", garantiu Pedro Marques.
"Quando concluído o levantamento desta situação, havemos de mobilizar novamente os mesmos instrumentos, dos fundos comunitários para esse reflorestação e para essa resiliência das zonas florestais", concluiu.
Pedro Marques esteve reunido com os autarcas de Braga, Guimarães e Vieira do Minho, concelhos onde o fogo causou danos "essencialmente em áreas florestais e agrícolas".
Em Braga foram consumidos perto de 1.200 hectares, em Vieira do Minho 1.700 - incluindo na zona protegida da Serra da Cabreira - e em Guimarães 200 hectares, tendo sido ainda destruída uma habitação e duas empresas em Braga.
Lusa